Fundada há mais de 55 anos, a Dongfeng iniciou o seu percurso com a produção de veículos militares e camiões, sendo que, desde aí, já conseguiu angariar mais de 60 milhões de clientes, tal como explicou o Head da empresa na Europa, Xie Qian. Presente no continente há um ano e meio, o responsável referiu que este é o território onde o mercado dos automóveis elétricos está mais desenvolvido e, por isso, acredita que “é o momento de aproveitar esta recetividade”.
Já o COO em Portugal, Luís Santos, apresentou os três pilares de atuação que assentam na rede, na pós-venda e num produto que pretende dar apoio à ambição. Em relação ao primeiro, está prevista a abertura de 100 pontos de venda até ao final do ano e estão nove concessionários identificados para 2025, com o objetivo de ter uma cobertura de 100 % do mercado. De forma a disponibilizar um melhor serviço aos clientes, a marca tem um armazém em Madrid, que pretende facilitar a logística para responder de forma mais célere às necessidades.
No que diz respeito aos automóveis, o Dongfeng BOX faz parte da gama generalista e consiste num carro compacto e citadino, dirigido aos clientes corporativos e individuais. Já a VOYAH, que consiste na divisão de luxo, é a que apresenta mais modelos. O VOYAH FREE é um SUV com um design inspirado na forma dos iates de luxo, “privilegiando a aerodinâmica e uma forte assinatura luminosa”. O VOYAH DREAM é um monovolume com 5,30 metros e três filas de lugares, “com uma possibilidade de viajar em primeira classe”. Dentro do todo-o-terreno, o M-Hero I é um SUV do segmento E 4×4 pensado para uma experiência off road.
Em declarações à Briefing, Luís Santos destaca o facto de todos os modelos apresentados terem características que estão apenas presentes nos segmentos premium das outras marcas, como os bancos aquecidos e ventilados, havendo alguns com massagens. O responsável afirma que a recetividade por parte do público português baseia-se numa estratégia “muito bem definida”, e que a conquista vai acontecer quando for possível que o cliente experimente o carro para vivenciar esta experiência, “em termos de qualidade, de construção, de fiabilidade e de um nível de equipamento superior que é oferecido”.
Estas novidades surgem como resultado do crescimento de empresas chinesas do setor automóvel em Portugal, algo que o diretor considera que é benéfico para o cliente final, porque todos os concorrentes vão apresentar ofertas com vista a conquistarem o mercado e que poderão ser mais vantajosas. Por isso, acredita que o “mercado existe” e conseguem ter uma “oferta diferenciada”.
Em relação aos planos para o futuro, estes passam pela introdução de veículos híbridos, plugin e ICE. Quanto a vendas, os objetivos são atingir os 1000 carros em 2025 e o dobro no ano seguinte. Para contribuir para o seu cumprimento, vai ser lançado o VOYAH COURAGE, que consiste num crossover que surge em duas versões: o Exclusive, com tração traseira, motor de 292 cavalos e uma autonomia de até 476 quilómetros; e o Luxury, com tração integral, motor de 435 cavalos e uma autonomia de 446 km, sendo Portugal um dos primeiros a receber este modelo.
Simão Raposo