A primeira fase da campanha estreou ontem, 8 de junho, dia de apresentação pública do documentário realizado pelo cineasta a partir de um desafio da própria EDP. A ideia – explicou o presidente do conselho de administração executivo, António Mexia – nasceu numa reunião da empresa e foi proposta a Manoel de Oliveira, que, contra as expetativas, aceitou o desafio de realizar um documentário aos 106 anos.
Foi, aliás, o seu último trabalho. O realizador viria a falecer a 2 de abril último, sem ver concluído o documentário, então em fase de pós-produção. Acompanhou, porém, todo o processo: controlou todas as fases, fez os castings, esteve presente em alguns locais de filmagem e, quando não esteve, foi representado por alguém que transmitiu a sua assinatura e visão, disse ontem o neto, Ricardo Trêpa. “Foi maravilhoso estar ao lado de um homem de 106 anos e cheio de vontade de trabalhar e com tanto para dar”, partilhou, perante uma plateia onde pontuavam o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, e o presidente da câmara de Lisboa, Fernando Medina.
António Mexia sublinhou, por sua vez, a ligação do próprio Manoel de Oliveira ao setor da energia, uma ligação emocional que o terá feito aceitar o desafio da EDP. É que o pai do realizador foi o fundador da central elétrica do Ermal, uma central de 1,84 megawatts que “fez uma diferença enorme na vida das pessoas” pois fornecia então eletricidade a 10 mil famílias (atualmente, daria para 1400).
O realizador retratou, aliás, este mundo no documentário “Hulha branca”, de 1932, visão que serviu de ponto de partida para “Um século de energia”, com imagens originais miscigenadas com as filmadas em 2015. E que, por vontade de Manoel de Oliveira, serão partilhadas com o País, exibidas em 10 cidades, na fachada das câmaras municipais.
O fio condutor da campanha inspirada neste documentário são também as famílias – os Pereira e os Tojal, os primeiros simbolizando a energia da música e os segundos a da dança. A EDP procura agora famílias que façam da energia humana fonte de inspiração: em jogo está um século de energia (gás natural e eletricidade). Ser cliente EDP no mercado livre (pode aderir entretanto) e fazer um vídeo onde mostre a excelência da família numa atividade em comum são os requisitos essenciais para participar. A 14 de setembro será conhecido o nome da família vencedora.
A criatividade da campanha está a cargo da MSTF Partners, com realização de Manoel de Oliveira e produção de Silvério do Canto Moniz. Estiveram ainda envolvidas a produtora AMoviment e a Page International, tendo o planeamento de meios sido da MEC. A ARC assina o microsite da campanha.
Mariza interpreta a música “Melhor de mim”, criada propositadamente para esta campanha, com letra de Boss AC e composição de Tiago Machado.
Esta foi a primeira vez que Manoel de Oliveira realizou uma campanha publicitária. E, para homenagear o realizar, a EDP lançou também uma bolsa destinada aos profissionais na área do cinema. Designada Bolsa EDP Manoel de Oliveira, está aberta a cineastas de nacionalidade portuguesa, sem limite de idade.