Hirundo? É Made In nacional

Sapatilhas ou ténis – depende da zona do País onde estiver – 100% portugueses, sustentáveis e que apregoam o #slowdown. 

Hirundo? É Made In nacional

Os primeiros passos

A Hirundo nasceu da paixão dos criadores pelo calçado, e para respeitar a tradição e qualidade da indústria portuguesa, que fazem parte da cultura do País. Quem o explica é o cofundador Eduardo Serzedelo, que acrescenta que a sustentabilidade é um dos pilares da marca, pois acreditam que é a melhor forma de se trabalhar para um mundo melhor.

Começaram com uma campanha de crowdfunding, que, “felizmente, teve muita visibilidade”, e que, numa primeira fase, permitiu perceber o potencial da marca e produzir consoante o número de encomendas – evitando assim um excesso de produção. 

Neste momento, têm uma loja online e outra física, que fica na galeria comercial Embaixada LX, em Lisboa. No final do ano, gostariam de atingir os 400 mil euros de faturação.

A andorinha

“Hirundo” é o nome científico de uma das andorinhas que pode ser encontrada em Portugal, daí o símbolo da marca também ser esta ave, que serviu de inspiração a inúmeros artistas portugueses, como Bordallo Pinheiro, Fernando Pessoa, Florbela Espanca ou, mais recentemente, Ana Moura. 

A portugalidade da marca também se encontra na produção. “A nossa ideia com a Hirundo sempre foi valorizar [o País]. Aproveitarmo-nos da proximidade e da excelência da nossa cadeia de abastecimento – apenas usamos fornecedores locais – tem-nos permitido reagir com muito maior flexibilidade, o que nos tem ajudado a mitigar o impacto. Penso que fizemos a aposta certa”, explica Eduardo Serzedelo.

#slowdown

A Hirundo pretende apregoar um modo de vida mais calmo e mais autêntico, com menos e melhor consumo. Apresenta-se, assim, como uma marca de slow fashion e também os clientes valorizam que o transporte seja mais ecológico, mesmo que menos rápido. “Para o resto do mundo, tal ainda não é possível, mas estamos continuamente à procura da solução mais ecológica”, adianta o responsável.

The one

A marca tem somente um modelo único, no qual mudam apenas as cores da sola. De acordo com Eduardo Serzedelo, a explicação está no desenvolvimento do produto, que, à quantidade de componentes precisos, acrescenta-se a preocupação estética, ambiental e do conforto. “É um processo complexo e para ser levado a cabo de maneira satisfatória, leva o seu tempo. Temos, neste momento, outros produtos e modelos na calha”, diz.

Do modelo, destaca as linhas apuradas e minimalistas. As Hirundo são compostas por pele portuguesa, forro em anilina de vaca, atacadores orgânicos, e sola de borracha 100% reciclável com uma camada intermédia em cortiça reciclada.

A empresa começou por fazer um estudo aprofundado dos diversos materiais utilizados na conceção de ténis e de qual o seu impacto ambiental, mas, também, o impacto na leveza, no conforto e na durabilidade.

(Inter)nacional

Sendo a Hirundo uma marca portuguesa, é importante para a marca que seja forte em Portugal. Por outro lado, os produtos portugueses são valorizados lá fora e apostam na exportação. “Todos os mercados são importantes e também para o País é relevante que mostremos, lá fora, a nossa cultura e o que melhor fazemos”.

Carolina Neves

Sexta-feira, 15 Dezembro 2023 10:15


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