Alberto Rui Pereira, diretor-geral da Initiative Portugal, comenta: “Em valores, o nosso mercado publicitário vale hoje o mesmo que valia em 2002. Estamos a falar de um retrocesso de dez anos, já que os orçamentos de marketing são cada vez mais escassos. Neste momento, a grande prioridade dos marketeers é otimizar o pouco investimento em ações de retorno mensurável e de curto prazo”.
No ano passado, a categoria da distribuição foi a líder de investimento publicitário (11 por cento), registando um crescimento de quatro por cento em relação a 2010. Neste sector, os fortes impulsionadores, de acordo com a agência, foram os anunciantes Modelo Continente e Pingo Doce. No âmbito das suas estratégias promocionais.
A categoria de veículos a motor ocupou o segundo lugar, atingindo oito por cento do mercado. Por oposição, a categoria das bebidas alcoólicas registou a maior quebra, superior a 30 por cento em valores tabela.
Em termos de investimento publicitário, coube aos meios digitais o maior crescimento, com uma subida de dez por cento, representando, em 2011, seis por cento do mediamix total. Ainda assim, a televisão continua na liderança, detendo a maior fatia do mercado publicitário líquido em Portugal (cerca de 60 por cento). “Neste caso, o switch-off da televisão analógica para o digital veio inverter a tendência decrescente de investimento publicitário, resultado dos esforços dos operadores de angariação de clientes”, adianta a Initiative.
Já a imprensa permanece em segundo lugar, com 15 por cento do investimento total, tendo sido o meio mais penalizado nos últimos anos, com sucessivas quebras desde 2008.
Para este ano, a Initiative prevê que a televisão e o online devam continuar a destacar-se, uma vez que atingem o maior share de investimento e a maior taxa de crescimento, respetivamente. “A Televisão continuará a atrair a preferência dos anunciantes, pelo ‘menor risco’ que acarreta na capacidade de cobertura. O digital continuará a angariar e fidelizar anunciantes, beneficiando da crescente sofisticação das ferramentas de planeamento estratégico. Neste cenário, o desafio que se irá colocar aos marketeers será o de desenvolverem conteúdos que, acionados de forma integrada nas diversas plataformas online e offline, maximizem o interesse e interação dos consumidores”, conclui o diretor-geral da agência.
Fonte: GCI