A decisão de La Iglesia
foi comunicada pelo próprio, na rede social Twitter, poucas horas depois
de um acordo entre PSOE, PP e CiU para resgatar a chamada Lei Sinde
(nome da ministra da Cultura Angeles Gonzalez-Sinde), que causou
polémica junto de criadores e internautas.
Uma versão inicial da
lei – que dava poderes à administração para fechar páginas da internet e
acesso à rede informática a quem distribuísse ou realizasse “downloads”
ilegais – foi rejeitada no congresso e tem sido, desde aí, alvo de
negociações.
A nova versão, agora alvo de acordo, garante, segundo
os partidos, o respeito tanto pelos autores como pela liberdade de
expressão e pelo uso da internet, já que remete para a justiça (e não
para a administração) o poder para mandar fechar páginas.
O texto
ainda terá que ser formalmente transformado em lei e posteriormente
aprovado pelo Governo e pelo Parlamento.
O texto, apoiado pelos
maiores partidos mas criticado por outras forças políticas, foi de
imediato contestado por Aléx de la Iglesia que considera que o texto
“não convence ninguém”.
No passado, de la Iglesia criticou o facto
da lei estar a ser debatida sem qualquer consulta ou diálogo com os
internautas, o que enfraquecerá o seu apoio e eventual capacidade de
êxito.
De la Iglesia explicou que só se afasta do cargo depois dos
Prémios Goya deste ano, no qual o seu último filme (Balada Triste de
Trompeta) é o favorito com 15 nomeações.
Vários responsáveis do
setor de cinema, incluindo a também cineasta e ministra da Cultura,
apelaram já a De la Iglesia para que reconsidere a sua demissão,
saudando o trabalho que tem feito à frente do setor em Espanha.
ASP.
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Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico***
Lusa/Fim