O relatório baseia-se em dados recolhidos após a realização de um
inquérito a jornalistas dos meios de comunicação social portugueses com
maior expressão, tendo sido validadas 212 respostas dos grupos RTP,
IMPRESA, MEDIA CAPITAL, COFINA, CONTROLINVESTE, RENASCENÇA e também dos
jornais “Público” e “I”.
A intenção deste trabalho, segundo o Obercom, foi obter uma percepção
dos valores, práticas e atitudes que caracterizam o momento actual da
profissão.
Quarenta por cento dos inquiridos considera inadequado o real impacto
das acções da ERC no último ano, outros 32,5 por cento consideram pouco
adequado e 11,7 por cento como adequado.
Relativamente à qualidade do desempenho da entidade reguladora, 41,7 por
cento considera inadequada, 30,8 por cento pouco adequada e 13,3 por
cento adequada.
No que respeita às competências da ERC, 33,3 por cento dos jornalistas
apontam-nas como inadequadas, 32,5 por cento responderam como pouco
adequadas e 20,8 por cento entendem que são adequadas.
Quanto à eficácia dos mecanismos directa ou indirectamente conotados com
a esfera de auto-regulação profissional, o estudo salienta que o
Estatuto Editorial é a dimensão que recebe mais respostas de Nada
Eficaz, seguido pelos Conselhos de Redacção.
Do total de inquiridos, 36,7 por cento entende que a actuação dos
Conselhos de Redacção é pouco eficaz e 21,7 por considera nada eficaz.
No entanto, para 25 por cento dos jornalistas inquiridos este órgão é
eficaz, enquanto outros 15 por cento não sabem ou não respondem.
Já no que respeita ao Conselho Deontológico, 23,3 por cento dos
inquiridos consideram que é pouco eficaz, 20 por cento entendem ser nada
eficaz e 15,8 por cento responderam que é eficaz.
Os jornalistas manifestam elevada concordância com a existência de
mecanismos de auto-regulação no campo profissional e apoiam inclusive o
reforço, a título de exemplo, dos Conselhos de Redacção como meios de
auto-regulação.
Questionados sobre a qualidade do desempenho de instituições como o
Sindicato dos Jornalistas, Comissão da Carteira Profissional e Centro
Protocolar de Formação Profissional (CENJOR), este último destaca-se
pela positiva.
De entre as instituições do sistema dos media português, salienta-se que
o CENJOR é o único cuja qualidade do desempenho é vista, pela maioria
dos inquiridos (52,9 por cento), como adequada ou muito adequada.
Já no que respeita à Comissão da Carteira Profissional, 33,6 por cento
dos jornalistas consideram que a qualidade do seu desempenho é pouco
adequada, outros 28,6 por cento responderam inadequada e para 21,4 por
cento é adequada.
O Sindicato dos Jornalistas é apontado por 27,9 por cento dos inquiridos
como inadequado e por outros 27,1 por cento como adequado.
Fonte: Lusa