Briefing | Que balanço fazem deste primeiro ano de atividade?
Tiago Tarracha | No início de 2018, começámos do zero: sem notoriedade, sem clientes, sem equipa. Encarámo-lo sempre como um desafio. Ao longo do ano, soubemos sustentar o nosso crescimento com a nossa experiência pessoal e o incentivo do WYgroup que confiou em nós para desbravar caminho num território que era ainda virgem para o grupo – o do Brand Entertainment. Chegar ao início de 2019 e poder dizer que fomos responsáveis por: criar um dos palcos mais badalados do MEO Sudoeste para o Moche – juntamente com toda a ativação de marca no festival; trazer o virtual para o real também com o Moche na Lisboa Games Week; apresentar alta costura sem fios na Moda Lisboa com o MEO; pensar e inaugurar uma loja pouco convencional onde o objetivo era que não houvesse vendas, para a UNICEF; produzir o lançamento dos novos sabores de Água das Pedras e a ativação da marca em vários festivais de verão, com a banda sonora de Da Chick e Moullinex; levar a marca Altice ao Night Summit, dando vida a duas das principais festas do Web Summit; revelar um dos segredos mais bem guardados de Vanguard Properties, a marca de real estate que está a revolucionar Portugal; e começar o ano a correr Portugal de norte a sul em parceria com a Liga Portuguesa Contra o Cancro num tour por mais de 35 escolas – com concertos e uma música feita à medida por Waze e ativações em AR e VR; é sem dúvida motivo de orgulho. A tudo isto junta-se uma equipa que cresceu para mais do dobro, a emergente notoriedade da marca NERVO e uma mão cheia de propostas já aprovadas que se preparam para ver a luz do dia ao longo dos próximos meses. “Positivo” é pouco, para descrever o balanço que fazemos do ano: foi intenso, com poucas horas de sono e muita vontade de fazer acontecer, mas altamente gratificante.
Chegaram com “vontade de reinventar um território que se tem tornado redundante ao longo dos últimos anos”. Conseguiram?
TT | Trabalhamos todos os dias para que isso aconteça. Gostamos de acreditar que estamos a fazer a nossa parte e a verdade é que começamos a ver resultados – principalmente, quando nos chamam porque reconhecem o nosso cunho no trabalho desenvolvido. Os clientes já confiam em nós quando dizemos que as pessoas devem vir antes das marcas ao pensar no que vamos criar – é para elas que trabalhamos e é com elas que as marcas querem falar. Conseguimos também impor relevância a todo o trabalho criativo que desenvolvemos ao longo deste ano, e isso para nós é uma vitória. Superámos a tentação do fazer diferente para ser diferente, não relegando o contexto e autenticidade para segundo plano – a criatividade deve servir um propósito e isso para nós é basilar. Sentimos também que se perdeu o medo de fazer pequeno (ou para menos pessoas), ganhando-se assim no impacto gerado – prova disso é um projeto que estamos a desenvolver muito focado em nichos, que arranca ainda este mês, e sobre o qual vamos poder contar mais em breve. Sabemos que ainda há um longo caminho a percorrer, mas a verdade é que este “conseguir” não é uma meta, é um método. É um prazer olhar à nossa volta e ver que o mercado está a mexer.
Tem havido muito(s) NERVO (s) neste ano? Em que medida?
TT | Felizmente. Caso contrário não estaríamos aqui, a falar sobre o tema. A incerteza de um projeto novo é sempre uma inesgotável fonte de NERVO(s), mas a verdade é que é isto que nos motiva. A definição de processos, a constituição de equipa, a escolha de parceiros, o trabalho de credibilização da agência, o ponderar de cada passo e o ter de saber fazer um pouco de tudo são tudo situações que causam tensão no dia a dia – principalmente do ponto de vista de gestão de uma estrutura que se quer sustentável e pronta para crescer com os desafios que lhe são colocados. Mas temos sabido domá-los e capitalizá-los da melhor forma. Até ver, estamos inteiros!
Por que escolheram assinalar a data com o tema “less bark, more bitte”?
Miguel Pires | Em primeiro lugar, porque é uma forma de trabalhar (e de estar) que nos caracteriza – somos pessoas que gostam mais de fazer do que dizer que fazem. E porque sabemos que à nossa volta existe muita gente cheia de talento com uma atitude parecida. Esta celebração do nosso primeiro aniversário é, acima de tudo, uma celebração do talento criativo ao qual ainda não é dado o devido valor, com quem tivemos o prazer de nos cruzar ao longo do percurso que nos trouxe até aqui. Mas é também um abanão ao meio criativo, uma crítica social dirigida a todos os que dizem que muito fazem, mas que na verdade pouco entregam e se apoiam na rede de contactos e no talento dos seus pares – os que realmente fazem – para se afirmar neste meio. Fazemo-lo com convicção e de consciência tranquila, porque tudo o que temos conquistado tem-nos saído, literalmente, do NERVO.
A premissa deste momento de entretenimento é simples: reconhecer o trabalho artístico de quem nos rodeia, sem olhar a estatutos, ligações ou influências. Criámos o mote, lançámos convites e, quando demos por nós, tínhamos um line-up de luxo pronto para partilhar trabalho ímpar, em prol de um tema maior com que todos nos identificamos.
E agora? O que pode o mercado esperar da NERVO no segundo ano de vida?
MP | O mesmo que no primeiro, mas com mais intensidade, mais projetos, uma equipa maior, mais capacidade de fazer acontecer. Queremos continuar na cultura, na arte, na música, nas viagens, na gastronomia, no gaming, no desporto, na criação, na descoberta. Como o Tiago disse, temos vários projetos em fase de pré-produção que começam nos próximos tempos a ganhar forma e a sair à rua e esse é o nosso foco a curto prazo. Apostamos também em consolidar as relações que temos com os nossos principais clientes, com os quais vamos repetir ou continuar a fazer crescer alguns projetos que já ganharam vida em 2018, mas, ao mesmo tempo, estamos preparados para receber novos desafios e encontrar parceiros que se identifiquem com esta nossa forma de estar no mercado, que valoriza a relevância e o contexto, criando impacto social e/ou cultural. O entretenimento ao serviço das marcas é um forte recurso que tem não só a capacidade de gerar retorno – seja ele financeiro ou ao nível da notoriedade – como também bem estar junto daqueles que o experienciam. É para aí que apontamos. Acreditamos também que o “NERVO – Less Bark, More Bite” pode ser um primeiro passo no desenvolvimento de experiências de entretenimento da NERVO para o público final – uma ambição que temos desde o início, e na qual prevemos o envolvimento de marcas para acrescentar valor e despertar reações. Falamos na mesma altura no próximo ano para ver como correu?