Qual era o posicionamento do HISTÓRIA há 20 anos e como evoluiu?
O posicionamento do HISTÓRIA era “o primeiro e único canal temático dedicado exclusivamente à História”. Oferecíamos pela primeira vez ao espetador português a oportunidade de desfrutar da história durante 24 horas por dia, sem interrupções. Um canal para os amantes da história.
Esse posicionamento evoluiu junto com a marca e a sociedade portuguesa. Então fomos adaptando o nosso claim, passando por “Desde o passado mais longínquo até ontem à tarde”. Nos últimos anos, evoluímos o conceito para HISTÓRIA “Faz-se cada dia”, um claim que nos permitiu aproximar a história do presente, procurando humanizar o passado e aplicá-lo no presente e melhorar no futuro. Um reconhecimento das pessoas que fazem a história dia após dia e que procuram mudar e melhorar o mundo.
Vinte anos e um rebranding depois, qual é o balanço?
O balanço é muito positivo. Durante esta etapa, o HISTÓRIA reafirmou o seu compromisso com o espetador português e produziu conteúdos locais, de máximo interesse e adaptados aos gostos dos espetadores portugueses. Tudo isso não teria sido possível sem o apoio e o know-how das operadoras portuguesas, que tanto nos ajudaram a crescer e a tornar o HISTÓRIA numa marca de referência no mercado de TV por cabo portuguesa.
Em termos de audiências, qual tem sido o desempenho? Quem é o vosso público?
O HISTÓRIA triplicou a sua audiência nos últimos cinco anos. Estamos a falar de uma marca consolidada, conhecida e valorizada pelo público português. É um canal em que trabalhamos há muitos anos produzindo conteúdo em português para torná-lo ainda mais atrativo.
Ao longo dos últimos 20 anos, o canal teve mais de 10,5 milhões espetadores que desfrutaram das mais de 1.861 séries que estreamos durante este período. O volume de horas emitidas também é surpreendente: foram mais de 172.700 horas nestes 20 anos, em que a aposta na produção própria fez parte da nossa estratégia. Não é em vão que, durante estas duas décadas, exibimos mais de 150 horas, de produção própria distribuídas por 100 títulos, dos quais 20% são séries. Tudo isto adaptado ao gosto do público português, pensando nos seus hábitos de consumo. Somos um canal predominantemente masculino, com idades compreendidas entre os 25-54 anos, com muito potencial para continuar a crescer no futuro.
E em termos publicitários? É fácil atrair anunciantes para um canal tão específico?
Sim, o espetador que vê o HISTÓRIA faz parte de um target publicitário muito atrativo, tanto pela sua idade como pelo seu poder de compra. Isso permite-nos trabalhar com todos os tipos de anunciantes, que também procuram um segmento pouco saturado publicitariamente falando, o que, nas atuais condições de mercado, é uma característica muito apreciada e pouco comum.
E como atrair espetadores? Como tornar aliciantes os conteúdos de um canal que, a atentar na designação, soa a enciclopédico?
Estamos num momento diferente do que vivemos há 20 anos. Não se trata apenas de uma questão informativa, estamos no mundo do entretenimento e uma das características que fazem parte do ADN do HISTÓRIA é a capacidade que temos de divulgar o conhecimento e de entreter.
O HISTÓRIA procura todos os dias o essencial e o profundo das histórias que definem o esforço humano de uma forma viva e repleta de cor para ajudar os nossos espectadores a compreender o mundo que nos faz sorrir e suspirar.
O género documental está em ascensão. Estamos numa fase de entretenimento e, de certa forma, o documentário conseguiu adaptar-se aos tempos de hoje, não apenas com o lado informativo ao explicar uma determinada história ou na tentativa de dar pistas sobre um período histórico, mas, fundamentalmente, através de histórias divertidas. Quero enfatizar a área da produção própria. Somos o único canal no segmento documental da televisão por cabo que faz a sua própria produção numa base regular tanto em Portugal como em Espanha. É um compromisso para com os espetadores e parte fundamental da nossa estratégia, no sentido que nos diferencia dos outros canais da concorrência. O canal HISTÓRIA está atualmente consolidado como um canal de referência no campo do documentário e no campo da produção própria.
Qual é a estratégia de marketing do HISTÓRIA? Como se promove e em que meios?
A estratégia de marketing pode ser resumida em diferentes áreas de ação. São áreas diferentes, mas entrelaçam-se entre si para alcançar um objetivo comum. Por um lado, a divulgação e promoção das grandes estreias, superproduções internacionais e séries de longa duração, estratégicas em termos de desempenho do canal. Nesta parte, focamos as nossas estratégias na divulgação de estreias junto das operadoras para alcançar o espetador final, o primeiro interessado nos títulos. Por outro lado, a produção própria é um pilar fundamental que constrói as bases da relação da marca com o espetador, buscando completar essa falta de informação histórica com um formato sério, envolvente e divertido. No nosso mix de media temos publicidade convencional, mas dedicamos aproximadamente 20% de nosso orçamento para inovar e criar ações com notoriedade com talentos portugueses que surpreendam o nosso espetador e continuem a atrair novos espectadores para o canal. Ações como “O Fim do Mundo”, com Odeith, “A Última Ceia”, com os chefs mais prestigiados portugueses, ou “ As Faces de Fátima”, com Joana Vasconcelos, são alguns exemplos.
Qual a ambição para os próximos anos?
Somos um canal que está constantemente à procura de novos formatos, novas fórmulas e diferentes pontos de vista que nos permitam continuar aprendendo com o passado para entender melhor o presente. E, dentro do nosso plano de tornar o HISTÓRIA uma marca ainda mais imprescindível, a transmissão de séries dramáticas de grande êxito internacional é uma possibilidade real no futuro.