Os planos de Mafalda para a Visão? Pôr em prática projetos que estavam na gaveta

Mais e melhor papel, mas também inovar no digital. É por aqui que vai passar a nova vida da Visão. Segundo a diretora da revista, Mafalda Anjos, a começar por tirar da gaveta alguns projetos que não tinha, até agora, sido possível concretizar. E como publisher da Trust in News, o objetivo é dar mais valor às revistas. Porque, tal como Luís Delgado, acredita que há margem para surpreender neste mercado.

 

 

Briefing | O que vai mudar na Visão com a mudança de proprietário?

Mafalda Anjos | Na essência do produto editorial não mudará nada – a Visão continuará a ser um bastião de rigor, isenção e de informação de qualidade. Esse sempre foi o nosso compromisso com os leitores, e continuará a ser. O que esta nova empresa trará com certeza são melhorias que advêm de mais investimento no produto e de mais atenção à sua promoção. Passando a Visão a ser o motor principal num grupo exclusivamente focado nestes 12 títulos, é evidente que terá mais atenção e beneficiará com isso.

 

Quais são os objetivos e as ambições para esta nova era?

São muitos e são grandes. Queremos, por exemplo, fazer uma série de projetos que tínhamos na gaveta e que não conseguimos, por motivos que não importa agora esmiuçar, pôr em prática. Vamos oferecer mais e melhor papel, porque acreditamos no futuro do papel e que este será um nicho de qualidade onde vingarão as marcas de referência como a Visão. E temos planos para renovar a nossa oferta no digital com produtos diferenciadores no panorama nacional. É preciso sublinhar que a Visão é muito mais do que a revista em papel que sai à quinta-feira: temos um site com cinco canais de perfis distintos, mais de 50 colunistas exclusivos no online, três newsletters, uma presença muito forte nas redes sociais… A Visão é papel, mas é também digital, e continuará a inovar nessa área – temos muitas novidades na calha.  Por último, pretendemos diversificar fontes de receitas com uma série de projetos que são também de interesse editorial.

Além da direção da Visão, assume as funções de publisher de todo o portefólio. Com que missão?

Assumo esta função, antes de mais, com muita humildade e sentido de responsabilidade. Acredito que posso contribuir para ajudar a dar mais valor e tirar partido destas grandes marcas, que são quase todas líderes nos seus segmentos. Sou uma apaixonada por revistas, devoro dezenas delas todas as semanas em papel e no digital, e acredito que há muita margem para inovar e surpreender neste mercado.

Acredita no potencial da imprensa e, em concreto, das revistas? Como conciliar o papel com o incontornável digital?

Pode parecer quase retro dizer isto, mas não tenho quaisquer dúvidas no potencial da imprensa – ou melhor, das revistas. Não tenho, infelizmente, a mesma certeza acerca dos diários em papel. Eu sou a típica early adopter de tecnologia – confesso que quase gadget freak, não vivo sem um smartphone na mão –, mas ninguém me tira o prazer inigualável de ler uma boa revista em papel. Mais do que isso, a boa informação, o bom jornalismo, as boas histórias e o bom storytelling terão sempre lugar, seja em papel, no digital, em sinais de fumo, em chips implantados no cérebro ou no que vierem a inventar adiante.

Foto: Gonçalo Rosa da Silva

fs@briefing.pt

 

Segunda-feira, 08 Janeiro 2018 12:21


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