O intuito do concurso era “premiar as vertentes académicas e científicas dos trabalhos apresentados pelos grupos” que participassem na iniciativa, revela a marca. A ideia surgiu por a Renault considerar o veículo eléctrico “um simples modo de propulsão”, algo que tem o “potencial para revolucionar a forma como se encara a mobilidade individual e, por isso, abre campo para uma nova abordagem do automóvel”, avançou Ricardo Oliveira. Por isso, a insígnia decidiu abrir “o campo de reflexão a entidades exteriores ao universo automóvel, nomeadamente, às universidades”, explicou, ao Briefing, Ricardo Oliveira.
A escolha do target é simples. “O sector automóvel hoje não escapa a algumas das principais preocupações com que convivemos diariamente: questões ambientais, económicas, tecnológicas. Pensamos que a população universitária possui os requisitos para abordar estas questões de forma integrada”, referiu o director de comunicação e imagem. Também o facto de a grande maioria dos alunos universitários terem acesso ao automóvel foi um factor a ter em conta, uma vez que, deste modo, podem ser sensíveis a uma nova proposta e uma nova abordagem da mobilidade.
Deste modo, a Renault decidiu não restringir o âmbito do concurso a nenhuma temática em particular, podendo participar quem fosse de gestão, marketing, engenharia ou até mesmo belas-artes.
94 grupos, apenas um vencedor
Nos últimos três anos a Renault foi abordada, por diversas universidades do país, para participar em colóquios e conferências sobre o tema da mobilidade sustentável, onde o veículo eléctrico encaixava perfeitamente. Por isso, a marca sabia, à partida, que a temática do concurso teria adesão por parte dos universitários. Ainda assim, ficou surpreendida com o número de inscrições – 94 grupos de 48 universidades diferentes.
Para a Renault, este tipo de iniciativas é essencial para os jovens portugueses, até porque, como adiantou Ricardo Oliveira, “ainda existe algum distanciamento entre o mundo académico e a realidade empresarial”.
O grupo vencedor do “Building the Wheels of the Future” recebeu um prémio pecuniário de seis mil euros e, de acordo com o director de comunicação imagem, terão ainda a possibilidade de realizar um estágio na Renault Portugal. David Sobrinho é um dos elementos do grupo vencedor composto por mais cinco pessoas – Bruno Martins, Vera Silva, Paulo Raimundo, Edgar Rodrigues e João Solano.
Aos alunos do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa foi proposto participar num concurso universitário, que viria a servir de projecto de final de curso. “Tendo em conta as características do grupo, pareceu-nos óbvio que o projecto de lançamento da gama Z.E da Renault seria o mais desafiante, pois o mercado não existe e a possibilidade de fazer algo criativo seria maior”, explicou, ao Briefing, David Sobrinho.
O trabalho do grupo tratava o plano de comunicação da gama Z.E da Renault, um dos temas sugeridos pela marca. Para os alunos, num novo mercado como o que estava em causa, a comunicação seria essencial, quer a nível da insígnia, quer do produto.
Vencer o concurso foi, para os participantes, “o reconhecimento de meses de trabalho de um grupo de amigos” e, de certa forma, foi igualmente o “acabar em grande da licenciatura em gestão de marketing”, referiu David Sobrinho. Para ele, mais importante do que receber o prémio monetário é o visionamento ou possíveis contactos por empresas que o galardão lhe pode trazer.
Por ser também o projecto final do curso, e “tendo em conta o grau de qualidade requerido pelo ISCTE e pelo professor Joaquim Vicente Rodrigues”, David Sobrinho confessou esperar que o grupo ganhasse o concurso. Desta forma, quem sabem não se lhe abram algumas portas para que possa “mostrar e pôr em prática os conhecimentos adquiridos ao longo destes três anos”, revelou ao Briefing.
Catarina Caldeira Baguinho
Fonte: Briefing