Briefing | O que a fez mudar de rádio ao fim de 18 anos?
Ana Galvão | Foi o apelo de, continuando a fazer o que gosto, passar a fazer um tipo de emissão com um esquema e conteúdos completamente diferentes.
Que desafios lhe coloca esta nova vida radiofónica?
Muitos. A Antena 3 é uma rádio que gira à volta da música, a Renascença da informação, ou seja, por muito interessada e inteirada que estivesse na atualidade, agora a exigência de estar sempre a par das notícias, de uma forma muito mais profunda, é superior.
Outro desafio é ter, agora, uma estrutura de emissão mais complexa, ou seja, mais conteúdos, mais pequenos, e todos a terem de encaixar num tempo limite.
Estamos a falar de dois registos diferentes. O que traz da Antena 3 para a Renascença?
A primeira coisa são os 18 anos que a Antena 3 me deu, ou seja, por muito diferentes que sejam os conteúdos, o estar apto para improvisar, sacar um truque de magia da manga se for preciso, e mexer no computador ao mesmo tempo que falamos, escutamos e fazemos mais mil coisas, é necessário em qualquer estação de rádio. E depois levo-me a mim, o registo que desenvolvi lá, vem comigo. Disso não se livram.
Sente o peso da responsabilidade de entrar para um grupo que disputa a liderança das audiências?
Claro que sim, sinto responsabilidade pelo simples facto de estar aqui, uma rádio de referência com gente fabulosa a trabalhar. Quanto às audiências não lhe chamaria “peso” mas sim um repto, um desafio em trabalhar num grupo onde existe a necessidade e merecimento de conquistar audiência, e onde também eu me tenho que esforçar para isso.
O que podemos esperar das novas tardes da Renascença?
A ideia é que os ouvintes, no seu regresso a casa, fiquem a saber o que aconteceu durante o dia. Ou seja, com o José Pedro Frazão, o jornalista que partilhará comigo estúdio, serão contadas as histórias que marcam a atualidade, de uma forma simples, para que os ouvintes percebam a importância de cada uma delas e de que forma as influencia. Sem esquecer o mundo da internet, cada vez mais importante, e, claro, o desporto, com o grande Pedro Frazão. E ainda teremos o Júlio Isidro, duas vezes por semana, a falar dos discos da sua coleção e a trazer objetos de anos remotos que, para ouvintes mais novos, poderão soar a artefactos de marte.
Qual a ambição para esta nova fase?
É estar ao nível da rádio, que é muito alto, e de conseguir que os ouvintes fiquem agarrados à rádio, porque querem escutar a história que se segue.
Foto: Ricardo Fortunato/RR