Sonangol quer participação direta na Galp – Manuel Vicente

Luanda, 25 fev (Lusa) – O presidente da Sonangol, Manuel Vicente, disse hoje em Luanda que a petrolífera angolana pretende ter uma participação direta na Galp, contrariando informações sobre a intenção de um aumento da sua participação indireta através da Amorim Energia.

A Sonangol detém uma participação indireta de cerca de 15 por cento no capital da Galp Energia, por via dos 45 por cento que detém na Amorim Energia (através da offshore Esperanza). É a Amorim Energia que detém diretamente 33,34 por cento da Galp.

“Em momento algum dissemos à sociedade e ao mundo que queríamos aumentar a participação na Galp, onde a petrolífera angola, se for possível aumentar tudo bem, mas não é esse o nosso objetivo, o nosso objetivo é ter uma participação direta”, disse Manuel Vicente.

O presidente da Sonangol, que falava em conferência de imprensa para assinalar os 35 anos de existência da companhia petrolífera, disse ainda que o processo de compra da participação da ENI não está fechado, havendo outros desenvolvimentos em curso, com a desistência da Petrobras.

“O processo não está fechado, pode ser que outras iniciativas angolanas o comprem, mas não é a Sonangol”, afirmou Manuel Vicente.

Segundo Manuel Vicente, a Sonangol vai continuar a acompanhar os desenvolvimentos desse processo, que tem um prazo limite para a sua resolução.

“Há um limite até ao qual a ENI é livre de o fazer no mercado normal, em bolsa. A ideia é resolvermos esse problema antes desse prazo e estou convencido que ele será resolvido”, referiu o presidente da Sonangol.

Relativamente aos investimentos da Sonangol que renderam em 2010 os 650 milhões de dólares, Manuel Vicente disse que são satisfatórios os realizados em Portugal.

De acordo com Francisco Lemos, administrador da petrolífera angolana, no BCP, a Sonangol teve uma média de 17 cêntimos por cada ação, especificamente 15 cêntimos no primeiro semestre e 19 cêntimos no segundo semestre.

Em relação à Galp, Francisco Lemos disse o investimento feito há cinco anos foi efetuado ao preço de quatro euros e neste momento cada ação está avaliada em 15 euros.

“Se hoje a Sonangol tomasse a decisão de vender a sua participação podem imaginar”, salientou Francisco Lemos.

Em declarações recentes ao jornal Expresso, Américo Amorim disse que seu compromisso com a Galp é de longo prazo e que está na petrolífera para ficar.

NME

Lusa/Fim

Sexta-feira, 25 Fevereiro 2011 15:26


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