Sustentabilidade. Quatro insights (by Briefing) sobre um caminho incontornável para as empresas

Mais do que moda ou tendência, a sustentabilidade é uma estratégia de negócio para as empresas e, como tal, incontornável. Esta foi a principal mensagem transmitida pelas quatro marcas que participaram no último Insight by Briefing: Tabaqueira, Coca-Cola, Sonae MC e Grupo FCA.

 

Foi este, aliás, o pressuposto para o debate, subordinado ao tema “Sustentabilidade. Sim, mas como?”. O diretor de External Affairs Tabaqueira Portugal, Rui Minhós, começou por enquadrar que a empresa, integrada no grupo PMI, iniciou há alguns anos um processo de transformação organizacional que tem vindo a dar lugar a uma estratégia de sustentabilidade: “Uma empresa como a nossa, que comercializa um produto nocivo, a primeira coisa que tem de fazer para tornar o negócio mais sustentável é resolver alguns dos problemas dos seus produtos”, comentou, dando conta de que a estratégia da empresa tem sido guiada pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Nesse contexto, assenta em quatro pilares: inovar para obter produtos melhores, isto é, alternativas menos nocivas face ao consumo de nicotina; operar com excelência, desenvolvendo práticas comerciais e de venda responsáveis e práticas de gestão mais sustentáveis; cuidar das pessoas, sendo uma empresa mais diversa e mais inclusiva; e, finalmente, a proteção ambiental, reduzindo a pegada, através de uma gestão mais verde dos recursos, da preservação da biodiversidade dos solos e das florestas, e da criação de indicadores de desempenho e métricas. A comunicação interna e externa é transversal.

Por sua vez, o diretor de Marketing do Grupo FCA (Fiat Chrysler Automobiles), Luís Domingues, partilhou que a emergência ambiental “é algo urgente em todo o mundo e obviamente que está a marcar fortemente a indústria automóvel”, sendo a redução de CO2 o principal objetivo: “É um desafio que, do ponto de vista tecnológico, está a evoluir muito rapidamente com soluções que designamos de eletrificadas. A maior parte das empresas está perfeitamente alinhada com este objetivo, é uma autêntica corrida à diminuição de CO2”, afirmou, ressalvando, contudo, que o maior desafio é tornar esta tecnologia acessível.  O que passa, por um lado, pela criação de uma rede de distribuição e abastecimento e, por outro, pela disponibilização dessas soluções a um custo comportável, de modo a que o racional económico permita que o consumidor, progressivamente, adote estas soluções.

Também o diretor de Relações Externas da The Coca-Cola Company para Portugal, Tiago Lima, entende que a sustentabilidade faz parte do DNA das empresas: “Antes, olhávamos para o departamento de sustentabilidade como algo acessório, que, se calhar, estava no fim da linha, das decisões que se tomavam. Mas, hoje, está presente em todos os momentos chave, do lançamento de produto à definição da estratégia de comunicação. “Sendo uma multinacional, mas que opera em cada mercado com um parceiro local, temos a responsabilidade de liderar o debate da sustentabilidade”, afirmou, referindo-se a tópicos com a reformulação dos produtos, nomeadamente no sentido de menor índice de açúcar, e as embalagens e utilização de plástico, mas também às emissões de carbono. Sublinhou, igualmente, que a empresa olha para cada país com uma perspetiva de ajudar os clientes, em particular, sejam eles particulares, sejam empresariais. Daí que entenda que “a sustentabilidade pode ser um debate muito amplo”.

O diretor de Projetos de Sustentabilidade e Economia Circular da Sonae MC, Pedro Lago, para quem a sustentabilidade é um conceito amplo e complexo, ainda que, na essência, não seja mais do que pensar a curto prazo no impacto social e ambiental: “Não é de todo novo na Sonae, cuja missão é criar valor económico e social a longo prazo. O nosso claim ‘Improving Life’ já diz muito. A Sonae foi a primeira empresa portuguesa membro do World Business Council for Sustainable Development, há mais de 20 anos. Hoje, abordamos o tema de uma forma mais estruturada”.

Pedro Lago entende que o papel do retalho é crucial, na medida em que está a meio caminho da cadeia de valor: “Enquanto empresa líder, temos a obrigação acrescida de influenciar, desde a produção ao consumo, from farm to fork. Procuramos ser exemplares nas nossas práticas, nomeadamente a montante, através de sourcing responsável e da proteção da biodiversidade, mas também a jusante, pois o consumidor é absolutamente crucial. Muitas vezes há desinformação”.

Os quatro participantes neste Insight by Briefing responderam depois ao “como” presente no mote para o debate. É o que pode ficar a saber (re)vendo a transmissão ou lendo a próxima edição da revista.

fs@briefing.pt

 

Quarta-feira, 16 Dezembro 2020 12:21


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