Briefing I Ao fim de mais de dez anos de atividade, que balanço faz do desempenho da Inesting?
Francesco Berrettini I Muito positivo. Começámos como três amigos com uma ideia inovadora para um serviço de publicidade segmentada via telemóveis. Na verdade a ideia estava um pouco à frente do seu tempo e só três anos depois viu a luz do dia, porque as próprias operadoras móveis tinham um caminho a percorrer, mas isso foi apenas o início de uma viagem cheia de muitas outras coisas boas. Olhando para trás sentimos que acrescentámos valor a centenas de empresas portuguesas e pelo caminho fomos crescendo como pessoas e como empresa. Mais importante que isso, hoje somos uma empresa com condições para sermos inovadores de forma sistemática. Temos o ADN de uma empresa vencedora e líder no que faz. Por isso só temos razões para estarmos felizes e confiantes no futuro.
Briefing I Nestes dez anos, de que forma mudou o mercado?
FR I Mudou sem dúvida muito e em diferentes dimensões.
Do lado da procura, há dez anos, o cliente estava preocupado em ter uma presença digna na internet. Apenas alguns apresentavam já interesse em monetizar essa presença, através de lojas online. Não raras vezes o interlocutor dos projetos eram tipicamente pessoas da área informática, porque os gestores e profissionais de marketing se sentiam ultrapassados pela componente tecnológica do projeto. Hoje, a procura é muito mais evoluída. Procura soluções de conteúdo e funcionais que os ajudem a aumentar a rentabilidade do seu negócio. As estruturas de maior dimensão internalizam até muitas competências de marketing digital.
Relativamente à oferta, como é natural foi acompanhando a evolução de maturidade da procura. Há dez anos, não existiam agências de marketing digital. Apenas empresas de desenvolvimento de sites e agências de meios que também incorporavam o digital. O panorama hoje é o que se sabe, com uma oferta ampla e com algumas abordagens bastante especializadas. Aliás o digital apresenta-se como a tábua de salvação para muitas agências convencionais que lutam desesperadamente pela sobrevivência. Mas tenho muitas dúvidas que o mero instinto de sobrevivência seja suficiente para estabilizarem uma oferta séria e estruturada de marketing digital quando o chip não está lá desde a sua génese. Não é impossível, mas é mais difícil.
Briefing I Portugal enfrenta um período de crise, qual tem sido a estratégia da empresa para fazer face a este período de crise?
FR I A estratégia da Inesting é alicerçada numa gestão equilibrada entre a orientação para performance e o investimento em investigação & desenvolvimento. Por outro lado, iniciámos em 2011 a internacionalização da empresa com a abertura do escritório no Brasil, em São Paulo. Independentemente da rede de escritórios física, a empresa consegue vender os seus serviços para mercados tão diversos como Espanha, França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos. Esta diversidade de mercados recetores dos nossos serviços torna-nos menos vulneráveis às quebras de mercados específicos como o português. Seja como for, no dia-a-dia a palavra crise não entra no nosso léxico. O importante é trabalharmos da forma mais positiva e determinada que conseguimos. Os resultados têm aparecido e não temos dúvidas que vão continuar a aparecer. Por exemplo, apesar dos constrangimentos do mercado, em 2011 crescemos cerca de 40 por cento em Portugal.
Briefing I A Inesting disponibiliza serviços de web marketing, mobile marketing e formação. Em que consiste essa oferta? De que forma é que estas três áreas de atuação se complementam?
FR I A estruturação da oferta de serviços e sua decomposição em web e mobile marketing, são apenas uma forma simplista de comunicar o que fazemos. Mas na verdade a nossa oferta de Social Media, Email, Search, Display e Mobile é toda ela integrada. Intervimos no plano da consultoria estratégica, na vertente tática e na implementação operacional. A componente de formação é transversal a todas as áreas de conhecimento e aos diferentes níveis de intervenção nas temáticas. Um cliente mais evoluído em termos de conhecimento do digital, é um cliente mais recetivo a best practices, porque as entende melhor. Queremos clientes conhecedores e exigentes porque isso ajuda-nos a sermos melhores.
Briefing I Porque decidiram apostar na área da formação?
FR I Foi devido a uma convergência de fatores, mas o principal foi mesmo termos detetado lacunas fortes na oferta formativa especializada na nossa área de atuação há alguns anos, mais precisamente em 2005. À data as formações existentes denominavam-se de cursos de e-commerce ou e-business e tinham uma abordagem muito parcial e limitativa, pois abordavam a Internet apenas e só como canal de distribuição. Assim, estruturámos e realizámos duas ações de formação piloto em conjunto com associações empresariais em 2006 e 2007, dedicados ao tema do marketing digital. Em 2008, a Google Portugal convidou-nos para sermos Google AdWords Seminar Leaders. Realizámos formação para perto de 500 formandos de norte a sul do país na plataforma de publicidade Google e foi um sucesso em termos de satisfação dos formandos. Recebemos muitos pedidos para formações noutras áreas de conhecimento do marketing digital e assim foi. Estruturámos uma oferta que hoje abrange as principais áreas de conhecimento do marketing digital.
O outro grande fator que conduziu à nossa aposta na formação é o facto de entendermos que esta é uma plataforma ótima para interagirmos com a envolvente externa do mercado. De fornecedores, a clientes, passando por parceiros, a formação é a atividade que permite construirmos uma visão comum do que são as boas práticas e o state-of-the-art. Isto é muito importante para uma relação frutuosa e transparente na vertente de consultoria e operacional da nossa atividade.
Briefing I Na sua opinião, qual a mais-valia que a Inesting tem para oferecer aos clientes?
FR I Na Inesting o cliente obtém uma oferta inovadora e integrada em todas as dimensões do marketing digital, com a certeza de um great value for money. Oferecemos performance, sem com isto significar visões obtusas, por exemplo, ao nível modelos de pricing (trabalhamos em pay-per-impression, pay-per-click, pay-per-lead). Não é por acaso que somos a única agência de marketing digital do mercado certificada segundo a norma portuguesa de NP4457:2007, que regulamenta a gestão da inovação. De facto, adotamos um conjunto de processos ao nível da gestão do negócio, dos recursos humanos, do conhecimento e das ideias, que reconhecidamente conduzem à inovação aplicada ao mercado. Quem ganha com isto é o cliente, que está sempre no centro de todos os nossos esforços.
Briefing I Que projetos têm para o futuro?
FR I Temos em desenvolvimento vários projetos de investigação que conduzirão a ofertas inovadoras nos mercados português, brasileiro e mesmo internacionalmente. Não nos é conveniente revelar pormenores nesta fase, mas posso adiantar que na sua maioria passam pela introdução de inteligência artificial em serviços até agora dependentes de segmentação convencional. Outros projetos passam por ofertas mais verticais para sectores como por exemplo o Turismo. No plano da internacionalização, 2013 será provavelmente o ano de abertura de escritório em Espanha, para posterior entrada em mercados emergentes da América Latina.
Fonte: Briefing