O Sindicato dos Jornalistas pediu a intervenção da Entidade
Reguladora para a Comunicação Social em relação à introdução da chamada
“publicidade contextual” no site do jornal Destak. Em comentário ao
Briefing Anabela Fino, da Direcção do Sindicato dos Jornalistas,
refere que “independentemente da posição da ERC”, o Sindicato espera,
acima de tudo, que esta reacção conduza a um “debate sobre o papel do
jornalista”, uma classe que “tem vindo a ter uma opinião unânime sobre
a utilização da publicidade em conteúdos informativos”.
O jornal gratuito “Destak” iniciou uma nova campanha de
publicidade utilizando um conceito – até agora inexistente em Portugal
– no qual as palavras escritas no texto do jornalista remeterão a sites
de publicidade em forma de pop-up (com a utilização do cursor) ou com
link (quando clicado na palavra destacada). Anabela Fino afirma que
“este tipo de trabalho jornalístico terá subjacente um elemento que
remete para publicidade”, o que leva a uma “necessidade por parte do
jornalista” em se “preocupar com a integração de determinadas palavras
no seu trabalho”.
Anabela Fino explica também que “em muitos países a permissividade
entre jornalismo, publicidade e assessoria é muito distinto da relação
que existe em Portugal”, deste modo, a classe tem de “perceber o que
quer”.
Os jornalistas “devem se preocupar”, dado que, enquanto que este tipo
de publicidade pode, a curto prazo, “beneficiar a publicação”, poderá,
a longo prazo, “afectar a credibilidade jornalística”.
Na carta, o Sindicato alerta que a prática, iniciada terça–feira,
viola o princípio da identificabilidade da publicidade, que deve ser
separada do conteúdo jornalístico, manipulando os textos e colocando em
causa a credibilidade do trabalho dos jornalistas.
Até ao momento de publicação desta notícia, não foi possível obter declarações por parte da direcção do Destak.
CK
Fonte: Briefing