Estamos no virar de ano e a cinco anos de 2030. A grande questão que se coloca é: por que razão esta data tem tanto simbolismo para o nosso futuro, e como podem a inovação e tecnologia ser recursos potenciadores de sucesso?
Contextualizando: está em curso a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável dos Estados-Membro das Nações Unidas. Desde 2015, a sustentabilidade tem tido maior destaque, principalmente com a divulgação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), visando continuar a promover a evolução da economia global, mas em harmonização com as dimensões ambiental, social e de governança (ESG). A obtenção de resultados concretos trará não apenas credibilidade ao plano, como também provará que é possível continuarmos a construir um mundo melhor, em equilíbrio múltiplo.
Sentiu-se inicialmente maior tração no setor privado, nomeadamente através do compromisso da definição e implementação de políticas de ESG nas organizações. Como tantas vezes acontece no “corporate world”, o gatilho foi a necessidade de maior diferenciação, competitividade e até modernização de imagem. Assim, a avalanche de potência das grandes empresas multinacionais tornou o ESG mediático e central, ligando o negócio à vontade de fazer melhor (mais sustentável). Esta aceleração provocou não só um hiato inicial entre setores, como espoletou a necessidade de redefinir e normalizar os dados de análise, garantindo, assim, transparência, objetividade e confiabilidade dos mesmos. Dessa forma, surgiu a Diretiva de Relato de Sustentabilidade Corporativa da União Europeia, em vigor desde 2023.
Se nos questionarmos sobre o papel da inovação e da tecnologia como aliadas fundamentais na concretização dos grandes objetivos macro da agenda, que aspira a erradicar a pobreza, proteger o planeta e assegurar a paz e a prosperidade a todos os seres humanos, a resposta é clara: com formação técnica e uma forte convicção no potencial tecnológico, acredito firmemente no seu papel crucial.
Para sustentar a minha perspetiva, vou centrar-me no ciclo de análise e tomada de decisão no âmbito do ESG. Espero, portanto, conseguir evidenciar claramente a importância presente e futura da inovação e da tecnologia, nomeadamente no armazenamento, processamento e análise de grandes volumes de dados, bem como na monitorização e avaliação do progresso face aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
As soluções de armazenamento estão mais robustas, eficazes e seguras do que nunca. Com acesso a infraestrutura e plataformas escaláveis e híbridas, as empresas são agora capazes de alojar grandes volumes de dados, estruturados ou não, assegurando simultaneamente a integridade e privacidade dos mesmos.
No que respeita ao processamento de dados, as soluções assentes em computação na Cloud ou em estruturas híbridas, com recurso a GPU, permitem lidar com volumes de dados extraordinariamente avultados de maneira mais célere e eficaz. Esta particularidade é crítica para viabilizar análises em tempo real e que naturalmente nos conduzem a outro ponto fundamental, a análise de dados.
Por fim, com a preciosa ajuda da Inteligência Artificial (IA) e da IA Generativa, a análise de dados ultrapassa o racional óbvio, tornando-se mais profunda, personalizada e eficiente. Acima de tudo, passa a permitir a simulação de múltiplos cenários, abrindo, assim, um leque de novas oportunidades.
É indiscutível que a inovação e a tecnologia, nomeadamente em áreas como Cloud, Data, AI e Security, já oferecem soluções poderosas que suportam a nossa visão de futuro. À medida que nos aproximamos de 2030, a importância da contribuição da inovação e tecnologia no avanço torna-se cada vez mais inegável, seja na sustentabilidade, saúde ou qualquer outra área.
Alexandre Ruas, Executive Director da Claranet Portugal
