Este countdown já começou há muito tempo, mesmo quando pouco era feito, para evitar que hoje tivéssemos um sério problema a enfrentar – o confronto no limite pela sobrevivência na era do impacto das alterações climáticas. A natureza cumprirá o seu ciclo de uma forma lógica e consequente. Depende do homem, realmente, o que fazer para mudar, travar ou alterar o processo que está em curso.
A rota para a sustentabilidade das empresas e das indústrias não é, portanto, um critério condicional “se”, mas temporal “quando”. Todos nós, enquanto cidadãos, consumidores, empresários, temos consciente esta necessidade (que para uns é mais prioritária do que para outros), mas que, mais tarde ou mais cedo, é um processo que tem de ser feito.
A informação existe. Os alertas também e nos últimos dez anos foram recorrentes os debates internacionais, causas e consequências, que a todos importa e que juntos já observámos acontecer.
O capital green na reputação de uma marca é, por isso, e em conformidade, um pequeno grande indício dessa consciência e um sinal sobre se este processo já teve início ou não, naquela empresa, naquele setor.
Este sinal coloca na balança produtos, serviços e preços numa nova equação, tendo a componente de sustentabilidade um peso cada vez maior na ótica do consumidor, cidadão consciente e decisor.
Importa, pois, que as marcas saibam o caminho que estão a percorrer e que sinais estão a transmitir. O WALK THE TALK é, na era mais digital de sempre, um conceito sólido que confirme regularmente este processo e por isso não basta ter um logotipo na embalagem, nem fazer uma alteração ao produto. O caminho para a sustentabilidade é evolutivo e constante e, por isso, não deve ser difícil de comunicar. A partilha dos passos dados, na base da ética e da transparência – os valores da nova economia circular – e que devem confirmar uma evolução genuína e sustentável.
O cliente sabe, recebe e processa toda a informação das marcas/produtos que consome e também reage em conformidade, reconhecendo a autenticidade de uma imagem green, avaliando-a na sua tomando de decisão, como um novo valor adicional na balança.
Há, inclusive, já uma geração de consumidores que nem se presta à exposição a cadeias de compra que não cumpram este requisito. Toma as suas decisões e desencadeia o seu processo de compra, renovável, optando por zelar criteriosamente nas decisões de consumo, fiel às suas próprias convicções, defendendo e reforçando a sua própria imagem, como consumidor, leal e regular aos produtos e serviços que reconhece de acordo com o seu padrão de comportamento.
Este compromisso para com a sustentabilidade tem também a ver com a consciência que o consumidor green tem do seu contributo como agente que reforça a urgência para a mudança e a sua decisão de consumo ser vista como um motivo para acelerar (ou não) a transição para a sustentabilidade. E esta simples recusa em fazer parte do processo global existente, com o qual não concorda e que, frequentemente, alega ser lento precisamente pela logística e profunda transformação que precisaria para se adequar. Fiel às suas convicções, o consumidor sabe que cada unidade conta e esta visão tem cada vez mais um profundo impacto no seu comportamento, na forma como reage às campanhas de publicidade, na reputação que considera às marcas que comunicam e na capacidade que têm ou não de o influenciar.
Esta imagem é profundamente exposta e colocada em causa quando o capital green não coincide com o valor reconhecido à empresa/marca nesse processo. No passado discutiam-se técnicas de fidelização que não fossem permeáveis ao preço baixo – o capital green é dos mais valiosos a ter em consideração no mercado.
Há ainda que distinguir que a sustentabilidade não é apenas o ambiente. São 17 os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável! Para simplificar, costumo dizer que se agrupam facilmente em apenas três principais conceitos a considerar – o ambiente, as pessoas e a nova economia – numa nova perspetiva de respeito, proteção e preservação da conduta da humanidade para o futuro e de criar, em cada indústria, em cada setor, um modelo de sustentabilidade completo, eficiente e verdadeiro. Go Green, Think Green, Be Green.
Isabel Augusto, diretora-geral da Green Media