Juntar quem dá o litro com quem arranja um tacho”. Esta é a missão da Indústria Criativa, a plataforma que nasceu pela mão de Nuno Guerra e Pedro Lobo, e que permite aos profissionais deste sector ter um portefólio online de forma totalmente gratuita. A ideia é promover ofertas de emprego e otimizar as candidaturas, facilitando assim o processo de seleção das empresas pelo acesso “prático e rápido” a portefólios. Conta um dos fundadores, Nuno Guerra, que o projeto surge de uma “forma natural” a partir de uma outra empresa, a Yeah Works, também criada por ele, em 2006, e onde desenvolveu um portal de recrutamento focado em IT (Tecnologias de Informação). Daí percebeu que podia transferir e evoluir o que já tinha feito para o mercado da criatividade e da comunicação. “Depois de algumas pesquisas percebemos que não havia no mercado português algo que permitisse aos profissionais da indústria criativa expor o seu talento”, refere. Percebeu ainda que o talento português está exposto e ofuscado em plataformas internacionais que “têm milhões de profissionais inscritos”.
E como, afirma, o mercado da indústria criativa é mais vasto do que se pode pensar à partida, necessita deste projeto para “avançar de uma forma mais organizada e otimizada”. Por isso, e aliando a estes factos a paixão por criar coisas, a decisão foi fácil. “Arregaçámos as mangas e metemos mãos ao trabalho”. Nuno e Pedro dizem-se pessoas ambiciosas, que adoram ter ideias, planear com estratégia e aplicar soluções destemidas, e por isso classificam a Indústria Criativa como “um projeto especial”. Especial não somente pelo fator monetário que os motiva mas porque, diz Nuno Guerra, são “apaixonados por toda a área da criatividade e da comunicação”, o que considera ser “muito importante para o cumprimento” dos objetivos. “Costumo dizer que o maior desafio da vida é conseguir mantermo-nos motivados a cada etapa dela. É muito fácil sentir falta de motivação, cansaço e saturação dos projetos em que se está envolvido, principalmente quando o fator monetário não é interessante. Porém, quando existe paixão, por si só dá força e alento para continuar”.
A plataforma tem, assim, como objetivo principal o de cativar o mercado de trabalho da indústria criativa e toda a sua comunidade. O que o fundador diz estar já a acontecer uma vez que desde que foi lançada, em fevereiro deste ano, já há mais de 5 mil criativos e praticamente 500 empresas inscritas. “Temos, desta forma, legitimidade para afirmar que estamos a conseguir alcançar o objetivo primário”. Mas a missão vai além do objetivo e Nuno e Pedro querem “definitivamente acabar com o desenrasca”. “Em pleno século 21 ver empresas a contratar em blogs ou em grupos de Facebook e receberem centenas de candidaturas na caixa de email é algo que não conseguimos entender e com a qual não nos identificamos”. Por isso, dizem, desenvolveram a área do recrutamento e seleção com “especial atenção”, indo ao pormenor.
Mas como funciona? Segundo Nuno Guerra, as empresas que anunciam as suas ofertas de trabalho na Indústria Criativa “têm o processo facilitado”. É que a plataforma organiza os candidatos por ordem de talento, através de um ranking interno que permite saber qual o melhor para determinada oferta de trabalho. Às empresas resta somente a entrevista e seleção dos criativos. Para os candidatos, o processo também se apresenta “simples”: as candidaturas são feitas com um clique e podem ser acompanhadas através da área privada. Ali é possível ver se já foi visualizada, se passou ou não à fase seguinte, se foi marcado como favorito.
O texto pode ser lido na íntegra na B86.

