Cláudia Vieira: “O exercício físico é o melhor anti-aging que existe”

Gosta muito mais das manhãs do que das noites, considera que a sensatez e o equilíbrio a caracterizam, e não descura o contacto com a natureza. Cláudia Vieira, que comemorou 20 anos de carreira no ano passado, é uma das figuras públicas nacionais mais associada a um estilo de vida saudável e ativo. A atriz e apresentadora revela, em entrevista no Club 7, onde treina há 19 anos, por que não abre mão do bem-estar e do desporto – envelhecer bem é um dos motivos.

Cláudia Vieira: “O exercício físico é o melhor anti-aging que existe”

Briefing | Quando percebeu que o fitness e o bem-estar eram importantes para si?

Cláudia Vieira| Não sou aquela pessoa que, de um momento para o outro, passei a ter essa noção. Sempre pratiquei muito exercício físico e com cinco/seis anos mudava de uma modalidade para outra, pelo que o desporto sempre fez parte da minha vida. É um gosto, é viciante e, então, notava o bem que me fazia, que me acrescentava muito – achava que era igual para toda a gente, mas não. Ao longo do tempo, fui-me tornando mais consciente do bem-estar ou de determinadas coisas que são importantes, como o dormir e a alimentação.

Sempre senti que se eu tiver de beliscar alguma coisa nas minhas diversas atividades em prol de poder praticar exercício físico, está tudo certo, porque vou ganhar energia para ir para o meu trabalho, em que talvez esteja um dia inteiro no estúdio ou numa produção fotográfica, que fisicamente pode ser exigente – estamos na mesma posição muito tempo e, às vezes, provoca uma certa tensão.

O exercício físico é o melhor anti-aging que existe, provoca-te uma renovação celular e as pessoas esquecem-se disso… O que tu libertas e o que tu produzes no teu corpo com a prática de exercício são ganhos uns atrás dos outros, é constante. Estás mais bem-disposta, tens mais energia, etc., mas acredito que tenha efeitos diferentes nas pessoas.

A única forma de envelhecermos bem é se fizermos exercício físico, porque o envelhecimento vai acontecer, mas a forma como ele acontece, bem ou mal, é que depende das nossas escolhas, da forma como vivemos o dia a dia.

É isso que a motiva a manter uma rotina saudável e ativa?

Não consigo imaginar a vida de outra forma e sou altamente motivada. Mas acho que tem que ver com o facto de o meu corpo ser o meu material de trabalho, tenho de o respeitar, ouvir – essa é das coisas mais importantes –, estar atenta aos sinais e dar-lhe o melhor possível. Por exemplo, não tenho uma boa estrutura óssea, tenho imensas dores nas costas e sempre tive má postura em miúda… se não fizer exercício físico, ando com muitas mais dores. Isso está relacionado com a minha matéria-prima, a minha constituição, mas está do meu lado cuidar a parte muscular que sustém todo o meu esqueleto, é super importante.

Como é ser um rosto associado a esse estilo de vida em Portugal? Sente-se uma inspiração?

Não me sinto uma inspiração, mas gosto de inspirar. Sinto que motivo, quem está à minha volta e quem me segue, a ter esses bons hábitos – pelo meu discurso, a minha atitude, a minha predisposição para as coisas.

Quando estou com o meu grupo de amigas, movo-as a fazer alguma coisa para não ficarmos esparramadas no sofá. Quero sempre fazer coisas, sou muito ativa. Também gosto imenso de estar só à conversa, mas penso que tudo é bom quando há equilíbrio, ou seja, as coisas têm der ser doseadas porque o dia tem muitas horas. Se comemos e dormimos todos os dias, também temos de nos mexer todos os dias. É um bom mindset.

Como concilia a sua agenda profissional, ainda mais agora que vai ser protagonista de uma nova novela, com a prática de desporto e o cuidado pessoal?

A gestão de tempo é a parte mais difícil da minha vida. Tive de aprender a dizer “não” e a gerir o meu tempo da melhor forma possível. Tenho duas filhas – com idades e necessidades muito distintas –, o meu marido, um cão, a casa, a família e vida social, ou seja, a minha vida é exigente. Depois, tenho o lado profissional, que é feito por etapas.

Agora, que vou começar a gravar, vou deixar de estar tão disponível e de estar tão presente. Não estou a ser nem menos amiga, nem menos mãe ou mulher, nem menos nada; é uma fase em que o meu trabalho vai exigir realmente mais tempo. Então, a que tenho de dar atenção!? Ao papel de mãe – isso é fundamental – e ao dia a dia profissional, porque respeito muito a oportunidade e o desafio que me foi lançado, e acho que é uma falta de respeito gigante ir para plateau sem o texto tratado – não significa que nunca tenha acontecido, é impossível com o ritmo que temos não haver uma cena ou outra que não vá bem preparada.

Quando estamos muitas horas em estúdio, há coisas que acabam por ficar para trás, nomeadamente o tempo para cuidar de mim e praticar de exercício físico, que tanto amo e tanto sinto que me energiza. Então, aí reduzo, mas tento não passar uma semana sem fazer nada. A rotina de treino tem de se manter, em vez de cinco ou seis treinos por semana – o que eu adoro –, passam a ser três, mas têm de existir. O lado social, e mesmo familiar, é onde roubo um bocadinho durante esse período de trabalho; depois, há uma compensação, volto a estar de novo mais disponível, mais atenta.

Quais são os critérios que levam a associar-se a uma marca? O que é importante para si quando escolhe representá-las?

Tenho de a consumir, isso é essencial para mim. Se consumo, é porque gosto dela, faz match com a minha vida e estou a ser verdadeira. Depois, os valores da marca, a forma como comunica e a que é que se associa também têm de estar compatível com os meus valores e a minha forma de estar na vida. Não faz sentido para mim comunicar alguma coisa que não goste, como cerveja, que detesto.

É muito prazeroso quando uma determinada marca me convida e, habitualmente, já está no meu frigorífico. Aconteceu isso com a Activia e com o Turismo da Madeira… É um sítio que adoro e que vou quando tenho poucos dias, já sei que apanho sempre bom tempo.

Não houve uma marca que representasse em ato isolado. Quando fecho uma coisa com alguma, já sabemos que, à partida, é por um período de tempo e normalmente renovamos. É sinal de que estamos a fazer um bom trabalho, é win-win, e isso para mim é o lado mais fiel de tudo. Por exemplo, tenho um Toyota há 20 anos e se deixasse de ter relação com a marca, o carro que iria comprar seria, garantidamente, um Toyota.

Tem de existir verdade e coerência. Quando as pessoas usam coisas que não são compatíveis umas com as outras ou depressa dizem que é bom ter as suas finanças num determinado banco e, no mês a seguir, ja é noutro, não há uma coerência. Acho que faz com que os utilizadores e as pessoas que nos seguem se sintam, muitas vezes, usadas. E podem sentir que os “likes” delas estão a contribuir para a pessoa estar a ganhar dinheiro – sim, é verdade, mas é impossível dissociar estes dois lados, o comercial do verdadeiro.

Carolina Neves

*Esta entrevista pode ser lida na íntegra na edição impressa de janeiro de 2025

Quinta-feira, 06 Fevereiro 2025 12:33


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