De 2500 para 50 mil garrafas: como a Valados de Melgaço quer crescer com o Alvarinho

Foi há quatro anos que Artur Meleiro se lançou no projeto da Valados de Melgaço, produtor de Alvarinho. Começou com 2500 garrafas e chegou a 2017 com 50 mil. Neste ano, espera faturar 90 mil euros e para o ano a ambição é passar a barreira dos 200 mil. Tal como passar o Atlântico, para dar a provar o “seu” verde no Brasil e nos Estados Unidos.

 

Briefing | Que potencial tem a casta alvarinho para justificar ser trabalhada em exclusividade?
Artur Meleiro | Considerando que um vinho é o resultado da casta, do solo e do clima, as características específicas do território de Monção e Melgaço permitem obter o máximo potencial da casta Alvarinho, de onde é originária e que se revela a mais adequada para este terroir. Se aliarmos as condições naturais às práticas culturais da região, pensamos que, fazendo o que melhor sabemos, podemos obter o melhor vinho.

O que diferencia os vinhos da Valados de Melgaço?
Vinhos que revelam o terroir e a tradição vitivinícola na região – pensamos que um bom vinho não se elabora, cultiva-se. Do ponto de vista do apreciador, este pode esperar vinhos secos e minerais, equilibrados e com elevada frescura, que se revelam em pleno com a gastronomia.

 A empresa foi criada em 2013. Que balanço faz destes quatro anos?
O balanço é positivo. Conseguimos produzir vinhos de qualidade reconhecida, de modo consistente. Iniciamos a vinificação em ‘outsourcing’ e agora temos capacidade de vinificação própria.

Como se passa de 2500 para 50 mil garrafas sem perder a qualidade?
Iniciámos a produção com uvas próprias, da Quinta de Golães propriedade da família, e gradualmente fizemos acordos com viticultores vizinhos da quinta, que seguem boas práticas agrícolas e cujas parcelas apresentam características para produção de uvas adequadas ao nosso perfil de vinhos.

Qual a abordagem ao mercado? Com que trunfos se posiciona?
Iniciámos com comercialização direta e, pontualmente, com parcerias locais, no Minho, em Lisboa, Porto e Algarve. Atualmente, pretendemos consolidar uma rede de parceiros locais e regionais. O principal trunfo é baseado na qualidade dos vinhos. A proximidade aos clientes e consumidores, patrocinando a partilha de experiências, tem sido o motor de desenvolvimento da marca.

Quando começou a internacionalização e como tem evoluído?
Os primeiros contactos foram desenvolvidos em 2016, na Noruega e no Reino Unido, participando no programa de promoção da CVRVV- Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes . As primeiras exportações aconteceram no final desse ano e em 2017, para o Reino Unido, França e Suíça.

Que perspetivas até final do ano?
Vamos colocar no mercado um novo vinho, produzido com vinificação natural e recomendado como um vinho branco de inverno. Pretendemos concluir, até ao final do ano, a construção da estrutura de parceiros que nos ajudarão a consolidar a marca no mercado, nos próximos anos.

O que podemos esperar em 2018?
Além do lançamento dos vinhos da promissora colheita de 2017, esperamos alargar a penetração no mercado nacional e teremos como prioridade a execução do programa de internacionalização.

 

De 2500 para 50 mil garrafas: como a Valados de Melgaço quer crescer com o Alvarinho

fs@briefing.pt

 

Terça-feira, 12 Dezembro 2017 12:45


PUB