De 50 a 5000 tartes por mês? A Catarina explica como

De 50 a 5000 tartes por mês? A Catarina explica comoEm quatro anos, A Tarte passou de vender 50 unidades por mês a vender mais de cinco mil. Em pontos de venda selecionados, mas agora também num café em nome próprio, junto ao terminal de cruzeiros de Lisboa. E em Espanha e no Dubai, numa estratégia que está de olho noutros mercados, como França e Reino Unido.

Em entrevista, Catarina Noronha, coproprietária, apresenta a ambição de uma marca que quer crescer mas com pequenos passos.

Briefing | O que levou A Tarte a abrir o primeiro ponto de venda próprio ao fim de quatro anos?

Catarina Noronha | A ideia de ter o nosso espaço esteve lá desde o início. No entanto, a filosofia tem sido dar pequenos passos e concretos, na altura certa. Sem dúvida que quem come uma fatia de tarte gosta de acompanhar com algo. Gosta também de experienciar um local, utilizando Wi-Fi, lendo um jornal, no fundo, desfrutar do momento. Neste sentido, o passo seguinte mais lógico seria a abertura de um Tarte Café. Por outro lado, queríamos proporcionar a “verdadeira experiência da marca”, ou seja, ter um espaço onde o cliente pode encontrar o nosso produto estrela – a tarte de amêndoa servida inteira ou à fatia – o gelado d’A Tarte e o pastel de nata exclusivo. Depois tudo isto pode ser acompanhado por um café, galão, cappuccino, smoothies, sumos naturais e águas. A juntar a isto temos a vantagem de ser um espaço agradável com Wi-Fi. Neste espaço reunimos tudo para proporcionar um momento descontraído e agradável e, claro, para proporcionar uma verdadeira experiência de A Tarte.

Briefing | E o que determinou a localização? Porquê um Tarte Café só para turistas?

CN | Depois, a aposta no turismo fazia todo o sentido para nós. Os turistas já fazem parte da nossa listagem de clientes, por isso, não foi, de todo, apenas por uma questão de oportunidade. Era algo que queríamos fazer há já algum tempo e, uma vez que queremos expandir a marca que já é internacional, nada melhor que estar perto de cruzeiros que viajam pelo mundo inteiro e que irão levar A Tarte a todos esses destinos, mesmo que de forma indireta. Relativamente ao investimento, são dados que, por política interna da empresa, não poderei avançar.

Briefing | Estão previstos novos pontos de venda próprios? A que ritmo?

CN | É nosso objetivo que este não seja o único Tarte Café. Aliás, acreditamos que será o primeiro de muitos, se tudo correr como prevemos. Claro que, por uma questão de proximidade, de mercado, e também porque Lisboa foi a cidade que viu nascer e vê crescer A Tarte, esta cidade foi a nossa primeira escolha, mas A Tarte está e pretende continuar a estar em Portugal inteiro, em vários formatos, pois os nossos clientes cada vez o exigem mais. Neste momento, não temos em mente a construção de mais espaços deste género. Como disse, gostamos de passos pequenos.

Briefing | Espanha e Dubai são os mercados de internacionalização? O que ditou esta escolha?

CN | Depois de uma forte presença em Portugal, quisemos levar o nosso sonho mais longe. Naturalmente que queremos chegar a todos os cantos do mundo e Espanha surgiu em primeiro lugar. Neste momento, o produto é 100% produzido na “Casa da Tarte”, em Portugal, pelo que enviamos a partir daqui. Também estamos presentes no El Corte Inglés, em vários restaurantes um pouco de norte a sul, mas com uma maior incidência em Madrid, onde temos uma responsável comercial. Por sua vez, o Vasco [coproprietário] vive, atualmente, no Dubai, pelo que fazia todo o sentido experimentar um mercado totalmente diferente – os Emiratos Árabes Unidos. Neste momento, o negócio encontra-se numa fase de reestruturação.

Briefing | Estes dois mercados comportam-se de forma igual?

CN | Não. O Dubai carateriza-se por ter uma população residente e também uma comunidade internacional muito aberta a novos produtos. Por outro lado, os frutos secos são altamente apreciados neste mercado. O facto de termos um produto de altíssima qualidade à base de amêndoa é um fator de sucesso neste mercado. Por outro lado, o mercado espanhol é altamente protecionista dos seus produtos e a introdução de uma nova marca, mas principalmente de um novo produto que nada tem a ver com a doçaria espanhola, exige um maior esforço de comunicação e educação. Estamos há cerca de um ano e meio e os resultados revelam que os espanhóis se renderam à Tarte. Começámos com dois pontos de venda em Madrid e atualmente estamos em toda a rede de lojas do grupo El Corte Inglés, bem como restaurantes um pouco por toda a Espanha.

Briefing | França e Reino Unido são os mercados em perspetiva. Receberam sinais de que há procura?

CN | Sim. Em outubro marcámos presença em duas feiras importantes para o setor e estamos, neste momento, em fase de negociação com potenciais clientes destes mercados.

Briefing | Como comunicam nos mercados externos?

CN | Por enquanto não fazemos comunicação nos mercados internacionais. No entanto, mantemos e iremos manter-nos fiéis ao DNA e ao storytelling da marca, pois é isso que tem apaixonado os nossos clientes. Obviamente que faremos adaptação ao mercado em questão, um pouco como fizemos em Espanha, onde adaptámos toda a linguagem a este mercado e onde criámos plataformas online.

Briefing | Que peso têm as vendas internacionais no negócio da Tarte?

CN | Atualmente, o mercado internacional representa 15% no total da nossa faturação.

Briefing | E em Portugal quatro anos depois como se tem comportado o negócio?

CN | Começámos por vender cerca de 50 tartes por mês e hoje estamos com uma produção mensal de mais de 5.000 tartes. Ou seja, mais de 1000% de crescimento em quatro anos. Sem nunca ter havido prejuízo. E prevemos que o crescimento continue, não só em Portugal como também noutros países, nomeadamente no mercado europeu, como já referi anteriormente.

Briefing | Como esperam fechar 2016?

CN | Temos tido crescimentos enormes desde 2012 e este ano não será exceção. Iremos fechar com um crescimento de dois dígitos face a 2015. Também duplicámos o número de seguidores nas redes sociais e aumentámos o número de parceiros. Foi, sem dúvida, um ano fantástico.

fs@briefing.pt

Terça-feira, 27 Dezembro 2016 13:03


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