Catarina Carvalho, diretora executiva do Diário de Notícias, apresentou o projeto aos convidados, revelando que, diariamente, a edição digital conta com capa numerada, “com a informação que consideramos importante nesse dia”. Ao domingo, a edição em papel saúda o “dia em que as pessoas têm mais tempo para ler”, e, porque “o papel tornou-se tão raro” e “interessante”, assume nesta edição, o papel como “um objeto e não apenas um canal”. Quanto ás novas revistas, a diretora apresentou um caderno especial de 16 páginas, intitulado 1864 e revistas temáticas que vão alternando ao longo do mês: a Evasões 360, a DN Insider, a Ócio e a DN Life.
Os objetivos comerciais foram anunciados por Luís Ferreira, diretor comercial do GMG, que, no online – dos atuais 29 milhões de páginas vistas e nove milhões de visitas -, o grupo quer, no final de dezembro, passar para 50 milhões de páginas vistas e 15 milhões de visitas. Para a edição em papel, o objetivo é que as vendas em banca atinjam os 25 mil exemplares.
“O DN viu dezenas de jornais desaparecerem durante a sua já longa vida. Mas ultrapassou todas as crises porque soube rejuvenescer-se, soube adaptar-se a evolução da sociedade, soube utilizar as novas tecnologias como fundamento para o exercício do bom jornalismo”. Foi com estas palavras que Daniel Proença de Carvalho, presidente do Global Media Group – grupo detentor do DN, inaugurou o seu discurso, justificando ainda esta atualização com a aproximação aos leitores “que estão a familiarizar-se com as novas tecnologias, no digital para uma informação ao minuto, mas que não dispensam uma reflexão mais profunda”.
Já José Ferreira Fernandes, diretor editorial do DN, admite que a atualidade “exige mudança”. Centrou-se no conceito liberdade, ligado não só ao jornalismo, mas à própria avenida (Avenida da Liberdade) das antigas instalações do jornal fundado por Eduardo Coelho, há 154 anos. Defende que os hábitos mudaram, mas o rigor continua a ser crucial para o exercício do jornalismo. Contudo, se antigamente “compravam-se mais que um jornal por dia”, hoje, os únicos dias em que “há recorde de vendas” são os sábados e os domingos, assumindo que durante estes dias as pessoas têm mais tempo para ler. “Os jornais não se leem durante a semana, diz a publicidade e é verdade”, declara fazendo ligação à campanha desenvolvida pela Young & Rubicam.
Ainda durante a apresentação do novo projeto, Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, felicitou a equipa e assumiu o Diário de Notícias como “o jornal da cidade de Lisboa”, revelando o orgulho “lisboeta” nesta mudança.