Joana Barrios Influencia com estilo e dotes culinários

Atriz e apresentadora de televisão, Joana Barrios é também criadora de conteúdos, desde que um amigo a convenceu a experimentar o marketing de influência. É com grande responsabilidade que encara este trabalho que a liga às marcas. Sonha com a ligação à Bottega Veneta e recorda o anúncio do Fairy, da feijoada na Ponte Vasco da Gama. Ou não fosse ela também fashionista e cozinheira.

Joana Barrios Influencia com estilo e dotes culinários

Ser influenciador é…

Hoje em dia, uma enorme responsabilidade. Há que ter em conta que, quando emitimos em meios digitais, livres da figura do editor, comum aos meios tradicionais e que mantém uma linha de comunicação, etc., somos os nossos próprios editores e responsáveis pelo que dizemos, como dizemos e tudo o que isso implica. Estamos perante uma enorme responsabilidade. Desde que comecei a fazer internet até hoje, todo o contexto da própria internet mudou muito. Se quando iniciei a minha presença digital, havia ainda uma certa inocência nessa presença num mundo que raramente se traduzia para o mundo tangível, isso mudou muitíssimo com a chegada das instituições às redes sociais e com a monetização de tudo o que está envolvido nessas presenças. É uma pergunta que na verdade abre uma caixa de Pandora, porque encaro, cada vez mais, esta presença digital como algo muito sério e onde me obrigo a manter um enorme rigor naquilo que emito.

O que a faz publicitar uma marca?

Em primeiro lugar, a afinidade com a marca, se gosto da marca em questão, se está presente na minha vida, se faz parte dos meus hábitos de consumo e se a recomendaria a alguém. Também se pode dar o caso de não conhecer a marca, mas de a ficar a conhecer e de estabelecer uma boa relação com os produtos, por exemplo, e avançar para uma relação comercial. É importante frisar que para além de tudo isto, as marcas são feitas por pessoas, e que isso também é, em si, uma característica para mim muito importante neste tipo de trabalho. E depois há outros fatores, aqui já tidos em conta face ao meu público, como utilidade, pertinência, conveniência e acessibilidade, por exemplo, que acabam por desempenhar um papel muito relevante na hora do sim, quero. Ah! E uma outra coisa que quase me esquecia de mencionar, porque para mim está implícita, mas é só para que fique claro, o respeito por aquilo que irei fazer com as premissas fornecidas pela marca.

O seu sucesso como influenciadora deve-se a?

Não sei bem como é que se responde a esta pergunta, a sério! Creio que a uma coisa a que na gíria se chama “walk the talk”, que é como quem diz não vender gato por lebre? Mantenho uma grande honestidade neste processo que agora também é um trabalho. Não costumo dourar a pílula. Também não costumo partilhar muito da minha vida pessoal, lifestyle, etc., porque na verdade são muito concentrados na minha vida familiar, vai daí privados. Tenho as minhas rotinas, trabalho muito e em horas muito doidas e tento não maçar as pessoas com comunicação excessiva que pouco ou nada acrescenta e só polui visualmente. Há dias em que tenho muito para partilhar, outros em que não. As minhas atividades são muito variadas, por isso talvez haja um fator surpresa permanente de que as pessoas gostam…? Não sei… A sério. Acho que não há uma receita com quantidades exatas!

Quais os momentos mais marcantes como influenciadora?

Quando a Ana Malhoa fez um #lyndaemcasa durante a pandemia. Quando a Pasta Queen fez um repost meu e me respondeu a uma mensagem privada. Lá está, os momentos assim icónicos são aqueles em que houve uma comunicação com alguém.

Mas também não posso deixar de referir dois momentos muito marcantes para mim: começar a trabalhar uma marca que adoro desde que sou criança, sobre a qual achava que sabia imenso, mas acerca da qual estou sempre a aprender mais, a quem na verdade propus uma parceria e aceitou, que é a minha adorada Volvo, e também este momento maravilhoso que estou a viver com Apreço Pelo Prato, em que consegui, à terceira temporada, fazer a amplificação digital das receitas que desenvolvo com o Continente para o 24Kitchen. As campanhas alinhadas em redes e antena são mais fortes, fazem mais sentido e chegam a muito mais pessoas.

A que marca seria um sonho associar-se?

Gostaria muito de estabelecer uma relação de trabalho muito próxima com duas plataformas que admiro profundamente: Vestiaire Collective e Boutique dos Relógios, no departamento Pre-Loved. 

Gostaria também – muito, seria assim “O sonho” – de trabalhar a italiana Bottega Veneta por um sem fim de razões, sendo que a primeira é simples e tem a ver com a identificação da sujeita com a marca. Depois o design, valor artístico das peças, toda a filosofia da marca, são tudo pontos a favor, que adicionam não só valor, mas interesse. Sou fã e consumidora, apreciadora incondicional daquilo que fazem e de como o fazem. Sem dúvida, seria assim o céu.

Qual a sua caraterística mais marcante enquanto influenciadora?

Diria que a criatividade envolvida na abordagem aos conteúdos a trabalhar, mas sobretudo a minha forma de comunicar, que é sempre honesta e pouco programática – acho eu!

Qual o anúncio português mais memorável?

Como não relembrar o da feijoada da ponte, do Fairy, mas também o anúncio do Tide, em Sobral de Monte Agraço, com a frase “Sobral de Monte Abraço já tem um parque infantil”. E ainda – como não? – o anúncio da linha de tarot de Alcina Lameiras, que pedia ao espectador (aquilo que os influenciadores hoje pedem, não é? Que a malta veja o vídeo e clique no link da bio e dê like e guarde…) “que não negue à partida uma ciência que não conhece”.

Sexta-feira, 16 Agosto 2024 10:34


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