Briefing | A Nobrand nasceu em 1988, como surgiu a marca? Qual o conceito?
Sérgio Cunha | A empresa detentora da Nobrand, a Máximo Internacional Imp. Exp., S.A., foi fundada em 1987 para colmatar o espaço que existia no mercado para outro tipo de produtos que não era possível produzir nas empresas existentes. A firma nasceu como uma “trading company”, idealizada pelos dois sócios Sérgio Cunha e Francisco Lusquiños.
Para se protegerem da concorrência e garantirem exclusividade dos artigos aos clientes, decidem criar em 1988 uma marca própria: a Nobrand. De espírito jovem, moderno e irreverente, a Nobrand desde cedo se revelou uma das mais fortes marcas do setor, tendo-se constituído ao longo de 25 anos como um dos grandes agentes de mudança da indústria de calçado em Portugal.
Briefing | Passados 27 anos, a Nobrand inaugura a primeira loja própria na Colômbia. Porquê fazê-lo no mercado internacional? E porquê neste país?
SC | A loja resulta de uma parceria com o nosso agente local, que vendia Nobrand numa loja dele que era multimarca (80% do que vendia lá era Nobrand). É um mercado com muito potencial e a abertura de uma loja própria, neste caso uma “Flagship Store” ajuda a dar credibilidade à marca perante as lojas existentes no mercado.
O objetivo é ter uma presença forte no mercado colombiano e que a loja funcione como um showroom público/ montra para as outras lojas multimarca se interessarem pela marca e comprarem no futuro as nossas colecções para as suas lojas. Ter uma loja própria prestigia a marca.
Briefing | Mas qual a estratégia de internacionalização da marca?
SC | Queremos consolidar os mercados em que estamos presentes, nomeadamente o europeu. Fora da Europa, pretendemos apostar a curto-prazo no mercado americano e estamos a introduzir a marca nos países bálticos com um distribuidor local.
Queremos reforçar a aposta no mercado sul-americano e na China, onde começámos a vender há cerca de três anos. O feedback tem sido positivo e, embora de forma lenta, é um mercado que tem vindo a crescer.
Paralelamente, a estratégia passa também pela abertura de mais lojas próprias nos próximos anos.
Briefing | Quais os próximos mercados a receber uma loja Nobrand?
SC | Para já estamos numa fase experimental com a loja de Medellín. Dependendo do desempenho, pretendemos abrir uma outra loja em Bogotá até ao final do ano e mais quatro nas principais cidades da Colômbia.
O objetivo a longo prazo é a abertura de lojas próprias na Europa, nos países em que a marca está melhor implementada. A prioridade na Europa será Portugal, com a abertura de uma loja em Lisboa e outra no Porto.
Briefing | A Nobrand está representada em mais de vinte países em lojas multimarca. Qual o mercado com mais peso na faturação da marca?
SC | O mercado com mais peso é a Alemanha, sendo que a Nobrand é a marca portuguesa de calçado que mais vende no país.
Briefing | E qual o desempenho da marca no mercado nacional?
SC | A marca tem vindo a crescer nos últimos cinco anos no mercado nacional, mas há espaço para crescer mais. Esse é também um dos nossos objetivos, potenciar a Nobrand em Portugal, tendo em conta que é uma marca portuguesa. Nesse sentido, temos publicitado a marca através de várias parcerias com figuras públicas e bloggers e também temos uma parceria com o estilista Dino Alves, que nos permite estar presentes na Moda Lisboa. Também apresentamos as nossas coleções no Portugal Fashion.
Briefing | Sendo uma marca portuguesa, terá o mercado noção da portugalidade da Nobrand?
SC | As pessoas que estão mais atentas sabem que a marca é portuguesa, mas não é uma noção geral, até porque o nome e o slogan são ingleses, o que pode induzir em erro. Mas até nas próprias caixas de sapatos que vendemos tem escrito: “Handmade in Portugal with love and care”.
Briefing | Quais os resultados obtidos, a nível de vendas, em 2014?
SC | O volume de negócios da empresa situou-se nos 12 milhões de euros em 2014.
Briefing | E que perspetivas para 2015?
SC | Perspetivamos que a empresa continue a crescer.