O nascimento do bê à bá – creative details studio, em 2019, foi durante vários anos adiado por medos, inseguranças, desconforto financeiro e por várias outras razões que, juntas, foram criando uma barreira enorme sempre que a ideia tentava saltar da gaveta.
Assim, e como conta a Founder, Vanessa Ideias, um dos responsáveis pela existência deste projeto foi o mercado de trabalho. Porquê? Porque foi a incompatibilidade com o mercado de trabalho que fez com que, depois de “tanto tempo de frustração”, fosse hora de dar o primeiro passo.
A verdade é que o medo continuava a estar presente, pois nem Vanessa nem a sua irmã, Daniela Ideias, que também trabalha no estúdio, sabiam se havia espaço para mais um projeto que, a olho nu, poderia não ser suficientemente “claro”.
A única coisa que sabiam é que queriam sentir que faziam o que gostavam e que colocavam um bocadinho de cada uma em cada projeto que fosse desenvolvido.
“Queríamos ajudar a criar marcas! Desenvolver identidades visuais, pensar uma comunicação eficaz, fazer consultorias, criar conteúdos digitais, fotografar, filmar… No fundo, ser um braço direito e acompanhar todo o processo de criação/comunicação de um projeto”, conta Vanessa Ideias.
Depois de darem muitas voltas e de tentarem ter a certeza daquilo que queriam e não queriam, perceberam que o que queriam mesmo era dar vida a um estúdio criativo.
Não queriam uma agência de publicidade, nem apenas um estúdio de design… queriam um espaço multifacetado onde fosse possível explorar várias vertentes, onde conseguissem também ensinar quem as procurasse.
“Queríamos fazer design, fotografia, criar conteúdos digitais, falar sobre temas, lançar workshops, abrir as portas do nosso cantinho a quem nos quisesse visitar… conversar! Queríamos ter tempo para ouvir e ser ouvidas”, acrescenta.
E o nome “bê-á-bá”? Como surgiu? Exatamente num momento de brainstorming. Decidiram pesquisar um pouco mais sobre esta expressão, descobrindo depois que significa “primeiras noções de leitura; primeiros exercícios para aprender a ler” e, num sentido figurado, “primeiras noções de uma arte, de uma ciência, de uma atividade ou de um assunto”.
“Pareceu-nos o nome ideal, porque tudo no nosso trabalho começa com uma primeira noção, um primeiro passo, um caminhar pelo “bê-á-bá” de cada projeto, dos seus valores, da sua missão, dos seus objetivos…”, revela.
Neste momento, com o passar dos anos e com o crescimento do projeto, têm vindo a perceber cada vez melhor as exigências do mercado, tendo vindo a dar resposta às necessidades dos seus clientes, com base no seu próprio crescimento.
Por isso, hoje, a par com a criação de identidades visuais, estão também focadas na criação de conteúdos. Isto significa garantirem e transmitirem aos clientes que a criação de conteúdos das marcas deve estar alinhada a 360º.
Além disso, a Founder destaca que o estúdio surgiu com o objetivo de ajudar e apoiar pequenos empreendedores. Sejam pequenos projetos, os que estão ainda num processo embrionário ou a dar os seus primeiros passos e a descobrir o seu lugar no mercado onde se querem inserir.
Neste sentido, a ideia, consciente ou inconsciente, de que não queriam ser uma agência de publicidade ou apenas um estúdio de design, acabou por mostrar, de forma muito clara, que não queriam seguir pela via da “ambição” de projetos enormes e clientes gigantes.
“Saber que pequenos-grandes sonhos, muitas das vezes, não avançam porque não há budget que corresponda a muitos dos orçamentos que são apresentados era uma coisa que nos tirava um bocadinho do nosso centro… daí que, desde o primeiro dia, soubemos que o foco são pequenos empreendedores, projetos com tudo para crescer no seu tempo e espaço”, explica.
Mas, no fundo, o que distingue os projetos do bê à bá? Tal como Vanessa Ideias já havia referido, o trabalho do estúdio passa muito por criar a identidade visual e/ou os complementos necessários de cada projeto. Assim, acreditam que o fator distintivo passa por ter uma linha leve alinhada com um visual “clean, intemporal, minimalista, sem grande ruído”, dando vida à lógica “menos é mais”.
Nas palavras da Founder, o maior desafio, ao longo do tempo, tem sido conseguir desconstruir todos os inputs que chegam por parte dos clientes e filtrar toda a informação para que o resultado final vá ao encontro do pretendido.
Refere que já aconteceu, mais do que uma vez, fazer um brainstorming em que tudo está alinhado – desde referências visuais, a cores, posicionamento – e depois de trabalharem em dois ou três esboços, o cliente dizer: “Estive a pensar melhor e quero outra coisa totalmente diferente do que vos falei”. Ou “isto é exatamente na linha do que vos pedi, mas, na verdade, isso sou eu – os meus gostos pessoais – e não aquilo que quero para a minha marca”.
“Após este input, o desafio passa por não nos autossabotarmos e conseguirmos perceber que não havia como adivinhar que o cliente, durante o nosso processo criativo, ia pensar e decidir mudar tudo o que nos disse e escolher só dizer depois do trabalho feito. Mas faz parte e cabe-nos a nós aprender com o processo e tentar criar mecanismos que nos permitam compreender o cliente com maior precisão”, assegura.
No horizonte ainda para este ano, há objetivos que se destacam: ter a possibilidade de explorar diferentes valências, conseguir chegar a potenciais clientes e continuar a comunicar um dos mais recentes serviços de que dispõem, com o propósito de trabalhar para alojamentos locais a 360º, tanto com o desenvolvimento de identidades visuais, como com o desenvolvimento de criação de conteúdos digitais.
Catarina Simões Farinha