O que os CEO querem dos CMO? Amanhã é dia de respostas

É para esta questão que a Associação Portuguesa dos Profissionais do Marketing (APPM) procura respostas com a organização do XVI Congresso Nacional do Marketing, amanhã, dia 13, em Lisboa. Porque saber se o marketing é suficientemente valorizado nas empresas, nomeadamente ao nível do poder decisório, é, diz ao Briefing o presidente da APPM, Rui Ventura, “uma questão fraturante”.

Na sua opinião, “é unânime que o marketing deve ocupar uma posição estratégica no seio das organizações” e que a relação entre CEO e CMO “deve ser umbilical”. O que estará em discussão são os novos modelos dessa relação e o que implicam para o mercado, para as universidades, para os stakeholders e para os próprios.

Para esse novo alinhamento – afirma – há que compreender o quadro de mudanças que estão a acontecer a todos os níveis. É preciso “afinar os perfis mais corretos de CMO” e, “nesse campo, as universidades e as escolas têm um papel fundamental, uma vez que a estrutura curricular dos cursos vão influenciar” esses perfis.

Porém, o atual CMO da Fuel TV não tem dúvidas de que as grandes empresas e marcas que seguem um modelo de pensamento em que o marketing está no seio da estratégica são as que melhores resultados apresentam.

Este congresso, ponto alto da Semana Nacional do Marketing, acontece pouco depois da reeleição de Rui Ventura para presidente da APPM, um mandato em que se propõe tornar o trabalho dos marketers mais visível e reconhecido, bem como dar a conhecer o marketing que se faz fora das centralidades, conforme entrevista ao Briefing:

Briefing | Porquê a vontade de um segundo mandato?

Rui Ventura | Pela vontade em continuar a desenvolver um trabalho relevante e positivo em prol da profissão e dos profissionais de marketing e porque tenho a clara noção que o trabalho desta direção, apesar de visível e reconhecido pelos associados, está ainda a meio caminho.

Briefing | O que vale a APPM como marca? De que modo é percebida pelos marketeers?

RV | A APPM é uma marca com 48 anos de existência, que introduziu a importância do marketing em Portugal, num período complexo, em que a própria utilização da palavra marketing era proibida. Ao longo de quase meio século, soube evoluir e acompanhar os profissionais de marketing nas questões estruturantes como a representação do sector a nível internacional. Hoje a APPM é uma marca ainda mais presente na vida dos profissionais de marketing, quer do ponto de vista da comunicação e dos conteúdos, quer na geração de conhecimento com produtos como a certificação para profissionais de marketing ou a Marketing Academy. Esta construção de marca faz-se com a dedicação de muitas pessoas, que, ao logo destes 48 anos, deram e continuam a dar o melhor de si em prol da comunidade de profissionais de marketing. É esse ADN que é uma das características mais valiosas da APPM e que queremos continuar a cultivar.

Briefing | Descentralizar é um dos objetivos para este mandato. Mas descentralizar como se as próprias marcas estão concentradas?

RV | Descentralizar no sentido de que o marketing não se faz apenas em Lisboa e no Porto, 75% do tecido empresarial português é composto por pequenas e médias empresas espalhadas um pouco por todo o País e nesse sentido cabe à APPM levar as melhores práticas, a formação mais relevante e promover o networking junto destes profissionais.

Briefing | Há a intenção de dar a conhecer o marketing mais anónimo, digamos assim?

RV | Há a intenção de querer elevar a fasquia do marketing em Portugal e isso faz-se com recurso a formação contínua, a promover o debate entre profissionais e a partilhar ideias, projetos e best practices.

Briefing | A certificação dos profissionais do marketing tem sido uma bandeira da APPM. O que tem sido feito nesse sentido?

RV | Tem sido feito um trabalho de aperfeiçoamento do projeto através do afinamento da matriz e do algoritmo criado, tem sido feito um trabalho de divulgação junto das entidades empregadoras e das empresas de recrutamento, tem sido feito um trabalho de credibilização deste selo de qualidade nos CV dos profissionais de marketing. Não é um trabalho muito visível, mas, na minha opinião, reveste-se de extrema importância para os profissionais e para o mercado e, felizmente, começamos a ver os primeiros frutos deste projeto.

Briefing | Numa altura em que o país parece estar a dar a volta, qual pode ser o contributo do marketing e dos seus profissionais para esse movimento positivo?

RV | Se há uma classe profissional otimista, positiva e que contribui para o crescimento da economia é a classe dos profissionais de marketing. Somos nós que fazemos o consumo progredir, que ajudamos as famílias a sonhar e que geramos mais oportunidades de consumo, e sempre o fizemos, mesmo em períodos adversos. E, nesse sentido, tudo iremos fazer para contagiar o País com o nosso DNA e, com isso, ajudar Portugal a ser mais confiante, mais relevante e mais forte enquanto marca.

fs@briefing.pt

Terça-feira, 12 Maio 2015 11:23


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