Maray significa “pureza”, em Guarani – língua indígena do sul da América do Sul. A marca acredita que é no seu estado mais puro que se atreve a revelar o que sente. Também o universo de cor que se encontra na Maray tem o intuito de impulsionar as mulheres a revelarem o que sentem – afinal, “a mesma pessoa pode escolher o mesmo modelo em preto e em vermelho e usá-lo conforme o seu estado de espírito”.
Ao fim de 13 anos a trabalhar num embrião de inovação, criatividade e empreendedorismo, Rita sentiu que tinha chegado a altura de ter um projeto próprio, cujo espelho fosse a sua forma de ser. Foi em 2017 que criou a marca de sapatos Maray. Uma marca que – diz – foi o resultado natural da sua experiência e do grande desejo de criar “um manifesto de beleza e ousadia que inspirasse outras mulheres”.
De entre todas as categorias de mercado pelas quais passou, foi a da maquilhagem que a marcou de forma particular – era “fascinante”. E elenca o desenvolvimento de um mercado com uma taxa de penetração baixa, o ritmo alucinante de lançamentos, os portefólios complexos, e a importância da atratividade do ponto de venda como sendo os fatores da área que “ofereciam às mulheres infindáveis oportunidades para se afirmarem como são, o que sentem, e como se projetam”.
“O casamento com a área da maquilhagem surgiu naturalmente e acredito que consegui criar uma marca de sapatos que desperta, muitas vezes, a compra por impulso, a paixão pela cor e o desejo de ousar”, assume.
“Para mulheres que lideram vidas dinâmicas” é o slogan. Rita Corrêa Mendes justifica afirmando que a Maray transmite “energias positivas” a mulheres confiantes e ousadas, que lideram “vidas dinâmicas” e “não se levam demasiado a sério”. Isto é, “mulheres que se atrevem a arriscar”.
Sobre o mercado, diz que a marca trouxe uma perspetiva étnico-cosmopolita ao “made in Portugal”. Inspirada em países exóticos, onde a componente artesanal está muito presente, as cores e texturas são predominantes; no entanto, foi na indústria portuguesa do calçado que encontrou a qualidade e o know-how necessários para a produção das coleções.
No primeiro ano de lançamento, a equipa esteve focada no mercado português, porque “foi crucial preparar e afinar uma marca consistente, com um produto atrativo e uma imagem que já é por muitos bem identificada”. Rita Corrêa Mendes garante que o próximo passo será, “naturalmente”, a internacionalização, mas “tudo a seu tempo”.
Vende para algumas consumidoras no Canadá, no Quénia, na Polónia, em França e na Inglaterra.
Agora, a prioridade é conseguir que a Maray esteja bem estruturada e que seja capaz de suscitar nas mulheres a compra por impulso. “Quem compra a marca não compra porque precisa de um par de sapatos, compra porque se apaixonou pelos mesmos”, destaca a criadora.