Uma marca que faz ruído. Eis a Buzina, by Vera

Mangas balão, vestidos maxi, padrões irreverentes e formas inusitadas. É da conjugação destas linhas que se forma a Buzina, a marca de moda feminina criada, em 2016, por Vera Fernandes. Está, desde então, a fazer barulho, com peças que unem o básico ao dramático, inspiradas na identidade e personalidade das mulheres.

“Desde sempre” que Vera Fernandes é apaixonada por moda. A culpa é da avó materna, “uma modelista de mão cheia” que a deixava brincar com os tecidos e criar diferentes personagens ao espelho. Após o nascimento da filha, em 2013, deu os primeiros passos nesta indústria com o lançamento da MeninaManel, uma loja de moda infantil. As mães que lá compravam roupa elogiavam-lhe a forma de vestir e pediam peças iguais às suas. Daí a começar a criar as suas próprias peças foi um salto. “As minhas primeiras clientes eram clientes da loja de criança”, recorda. É assim que, em 2016, nasce a Buzina, uma marca criada à sua semelhança para mulheres que, como ela, “tanto gostam de ser elas próprias”.

Corneta

“Quando decidi criar a marca Buzina determinei que queria entrar no mercado da moda para marcar a diferença, para fazer muito ruído, tal como uma buzina”, conta, explicando o nome da marca. Também no logótipo, a Buzina é visível: o B é desenhado a partir de uma buzina.

 

Mulheres

Gisela & Júlia, Elisa & Eugénia ou Simone & Eva. São algumas das coleções da marca, que vão buscar o nome a mulheres. Porque é nelas – “na sua identidade e personalidade únicas” – que se inspiram. Todas as peças têm tamanho único e podem ser adaptadas a diferentes estilos e corpos. “A Buzina existe, essencialmente, para mulheres que gostam de moda, mas que, acima de tudo, têm atitude na maneira como se vestem”, afirma a fundadora e designer. “Gostam de moda, mas não são vítimas da moda. Fazem elas a sua própria moda”, assume, sustentando que, em quatro anos, a marca conseguiu criar uma linguagem muito própria. Até porque as coleções não são definidas por temporadas. “Criamos quando entendemos que o devemos fazer”, revela, observando que o que verdadeiramente interessa é ver a maneira diferente como todas as mulheres vestem as peças. “Achamos que são as mulheres que vestem Buzina que diferenciam a marca”. Mas que mulheres vestem a marca? Vera diz que são de qualquer faixa etária, qualquer tipo de mulher, mas que, sobretudo, gostam de moda e se divertem a vestir-se. “Cada mulher pega numa peça e veste-a como quer – como um vestido, uma túnica ou um casaco”.

 

Portugalidade

A marca é fabricada em Portugal, recorrendo a matérias-primas e mão de obra portuguesa, sendo mesmo algumas peças 100% nacionais. “Atualmente, está muito na moda fabricar em Portugal, tentar ser mais ecológicos – e ainda bem”, comenta, observando que ser sustentável sempre foi uma das políticas da marca. “Aproveitamos stock já existente na indústria nacional para poder reaproveitar recursos. Isto torna as nossas coleções, todas elas pequenas com tecido limitado disponível, ainda mais divertidas e ‘fora de moda’”, justifica. Cada coleção é composta por apenas 20 peças (produzidas entre 10 a 70 vezes), sendo complementada todas as quinzenas por três novidades. “Cada costureira é responsável pela peça do início ao fim. Acredito que só assim a peça é especial e a sua qualidade irrepreensível”.

 

Humano e social

Em termos de comunicação, a Buzina “funciona quase que ao contrário”, garante Vera. Começa pelo “improvável” da localização: Joane, uma vila do concelho de Vila Nova de Famalicão, de onde eram os clientes iniciais. Foi com a adesão ao online, nomeadamente ao Instagram, há um ano, que se deu a conhecer ao mundo. E, apesar desse salto, a marca, diz, continua a privilegiar relações humanas. “O frenesim que são as redes sociais é um acréscimo”, observa.

 

sd@briefing.pt

 

 

Sexta-feira, 23 Abril 2021 12:06


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