Coreografias de danças no TikTok. Fotografias no Facebook com pés à beira da piscina e a frase “Há vidas difíceis”, lembra-se? E as mil fotografias de pratos deliciosos instagramáveis? Ao fim de algum tempo, tornaram-se clichés. Demasiado enquadradas. Perfeitas. Previsíveis. E a previsibilidade é entediante.
O mesmo fenómeno tem vindo a acontecer com muitas marcas e campanhas de marketing: estereotipadas e a jogar pelo seguro. Mas os consumidores já não se contentam com o “morno”. Querem o extraordinário, o inesperado, o disruptivo, o imperfeito. Num mundo saturado de informação e sem grandes surpresas, são as marcas que se atrevem a ser diferentes que capturam a atenção e conquistam os consumidores. Não basta criar bons conteúdos; é preciso surpreender e manter a autenticidade, a transparência e a identidade. E fazer os consumidores sorrir ou dar gargalhadas é o ideal. Está provado que o tédio custa caro às marcas.
Paul Prato, diretor da agência de publicidade PPK, na Florida, afirmou que em 2024 o “embargo” ao humor nas campanhas publicitárias iria terminar. Essa previsão concretizou-se com a introdução da categoria Humor no Cannes Lions International Festival of Creativity. Um marco que reconhece o poder do humor na criação de ligações genuínas e duradouras entre marcas e consumidores.
Em Terra Nostra, queremos continuar a ir além do expectável. Temos vindo a apostar numa maior informalidade e leveza, mantendo os valores e a missão da marca. Demos mais um passo ao entregar as redes sociais da marca às nossas embaixadoras: as Vacas Felizes. Cada gestora tem uma personalidade própria adaptada à plataforma onde atua — desde a vaca jovem criativa e trendsetter no TikTok, à sábia no Facebook, até à foodie no Instagram, que se preocupa com temas relacionados com sustentabilidade. Aliás, esta característica reflete como a sustentabilidade se tornou uma exigência para muitos consumidores. E para Terra Nostra tem sido sempre uma prioridade. (Só um parêntesis porque tenho de partilhar, com orgulho, que o Prémio Regional de Sustentabilidade dos Açores foi atribuído à Bel, muito recentemente, pelo projeto “10 anos do Programa Leite de Vacas Felizes”).
O marketing do futuro pertence às marcas que arriscam, porque só o extraordinário vai ficar para a história. Transformar vacas em gestoras de conteúdo pode parecer improvável. E porque não? Afinal, quem resiste a vacas (e marcas) felizes?
Yvan Mendes, Marketing Manager da Terra Nostra