Briefing | Assumiu, o ano passado, a direção de Marketing da Konica Minolta. Que balanço faz?
Jorge Ferreira | Para podermos estar à altura de ajudar os nossos parceiros e clientes a fazerem a sua transformação digital, também temos esse processo a acontecer internamente. Por isso, o balanço é muito positivo porque a dinâmica é muito positiva. Apesar da pandemia, conseguimos, com muito esforço e dedicação das equipas, manter uma proximidade muito grande com os clientes e parceiros de negócio.
O que estamos a sentir, em termos de negócio, por exemplo, é um bom regresso. Temos um indicador muito importante, que tem que ver com a satisfação de clientes, o Net Promoter Score. É o mais alto da Europa e o melhor de sempre da organização em Portugal, o que significa que, apesar de todas as dificuldades, conseguimos manter uma excelente relação com os clientes e satisfazê-los com os nossos produtos e serviços.
Também ficou responsável pelo Marketing da empresa em Espanha. A forma de comunicar com ambos os mercados é diferente?
Sim, até porque os mercados estão em níveis de maturidade e dimensão diferentes, e têm especificidades muito próprias, logo desde aquela que é a rede de parceiros até como estão desenvolvidas determinadas áreas de negócio. Temos, por exemplo, a área de Profissional Printing, que funciona em ambos de forma muito diferente.
Há sinergias entre mercados, mas temos que adaptar a estratégia. Temos todos os guidelines orientadores da casa-mãe, mas todo o trabalho de ativação e go-to-market é feito tendo em conta o contexto local.
Quais os principais desafios que encontrou no País?
Encontrei desafios no processo de digitalização das empresas. Quando falamos das pequenas e médias empresas – não das grandes contas –, os stakeholders não têm todo o conhecimento e, se a transformação digital acelera muita coisa, também coloca muitas dúvidas aos decisores.
Um dos primeiros grandes desafios foi conseguir simplificar a mensagem e a oferta para que eles entendam, claramente, qual é a aplicação prática e os benefícios que podem trazer em termos de produtividade e eficiência para o seu negócio.
De que forma é que as ferramentas tecnológicas que oferecem são vantajosas para a transformação digital das empresas?
São vários os exemplos, mas vou pegar pelo mais simples… Se um documento físico passar por um processo de desmaterialização, ou seja, se tornar digital, os dados que estão nele vão diretamente para um sistema interno da empresa, chamado “ERP”. No caso de ser uma fatura, um orçamento ou um contrato, terá que passar por um processo de aprovação, por várias pessoas, até a um momento de conclusão. Tudo isto é feito de forma automática, sem erros e num processo totalmente digital.
No que beneficia as empresas? Há uma redução de erros e liberta as pessoas para outro tipo de tarefas, que podem acrescentar valor e que não sejam tão repetitivas – colocar dados, enviar e-mails, pedir aprovações, etc.. Quando isto tudo é feito de forma automática, estamos a ajudar as empresas a serem mais eficientes e produtivas.
Quais as perspetivas para este ano, em termos de investimento?
Só em março terminamos o ano fiscal. Olhamos para Portugal como mercado de investimento e, aqui, o investimento é em pessoas. Estamos muito focados em ganhar capacidade e competência, para poder responder a esta aceleração da transformação digital. Esta arrancou e agora vai ser cíclico, por isso, vai haver muito investimento da empresa em talento, para podermos dar resposta da melhor forma aos clientes.
Esta entrevista pode ser lida na íntegra na edição impressa da Briefing.