Desde sempre, o Vinho e a Arte têm caminhado lado a lado. Em particular, Vinho e Cinema partilham uma necessidade comum de serem banhados na luz do Sol, seguidos de um período de maturação num interior fresco e escuro para uma posterior celebração (talvez por esta afinidade, um crescente número de figuras de relevo mundial da Sétima Arte tenham as suas vinhas e as adegas a par dos castings e dos estúdios). Desta ideia base – de aliar as melhores colheitas de vinhos às melhores colheitas de filmes – à prática, foi um take muito rápido. E, em dois anos, o Douro recebeu ícones do cinema que visitaram Portugal pela primeira vez. Andie MacDowell, Milos Forman, Carlos Saura, Sophia Loren passaram para o lado dos “fãs”, criando uma nova tendência e dinâmica de consumo no território e das novas infra-estruturas, quer sejam culturais, rodoviárias, fluviais, ou hoteleiras. Tudo do melhor.
Porque acredito que só se pode gostar efectivamente daquilo que se conhece, não posso discordar de um autarca da região que convictamente afirmou que só se investe no que se conhece e onde se conhece. Assim, apostando na cinematografia das pessoas e dos lugares, o Douro Film Harvest é também um forte argumento emocional e racional para trazer mais e novas pessoas a conhecer melhor as capacidades e possibilidades do território e confirmar o Douro como terra fértil para outras colheitas. Como, por exemplo, a colheita do turismo e a dos investimentos associados…e porque não, também a colheita das marcas de consumo de qualidade e excelência que encontram neste palco de exuberância uma montra e um ambiente único para comunicar? Não falamos só na marca Vinho do Porto, que, a par do Fado, são as únicas que nos podem diferenciar em qualquer parte do planeta. E, curiosamente, podemos levá-las de braço dado a qualquer lugar.
Certo é que, pelo segundo ano consecutivo, o Douro Film Harvest declara um ano Vintage para a colheita dos Óscares e para a colheita do Turismo (pessoas e lugares). Desta vez, foi Sophia Loren quem brindou a Portugal no Douro, declarando rendição total a uma nova descoberta – a nossa Marca.
Como o Cinema não é apenas imagem mas também som, o Douro Film Harvest convida anualmente um autor premiado de bandas sonoras. Ao longo de uma semana viveram-se experiências tão especiais como a actuação do compositor Gustavo Santaolalla a interpretar a banda sonora de “Brokeback Mountain” (que lhe valeu um Óscar) ou “Diários de Motocicleta, no BB King Parque em Sabrosa; ou Carlos do Carmo a cantar um fado dedicado à sua “diva” Sophia Loren. Estes momentos atraíram centenas de convidados da nossa praça e de além-mar…realizadores, produtores, jornalistas, compositores, escritores, publicitários.
O Destino e o Território foram mais visitados, mais comentados do que nunca, a marca valorizou-se, a economia animou-se, graças a um novo plano de marketing estratégico aparentemente simples: fazer acontecer!
E as boas ideias são as que se fazem.
Manuel Vaz
Presidente Douro Film Harvest