Influenciar alguém é…
Ai, começamos com perguntas difíceis?! Influenciar pode ser muita coisa… Eu não adoro o significado da palavra, porque, muitas vezes, tem uma conotação negativa. Influenciar, para mim, é pura e simplesmente mostrar às pessoas aquilo que faço, que uso, que compro… Muitas das vezes, sem qualquer objetivo de levar a fazer ou comprar algo.
Qual é a sua característica mais marcante?
Poderia dizer que a minha característica mais marcante é ser sportinguista, mas isso já me faz perder muitas pessoas semanalmente… Falando a sério, penso que o humor e o sarcasmo são características que sempre me definiram desde o início. Na altura em que trabalhava no café (sim, eu trabalhei mesmo num café), a página era muito marcada pelo mau feitio do empregado de balcão, que tinha uma vida mundana e em que lhe aconteciam as coisas mais estranhas – talvez tenha sido por isso que muitas pessoas ligadas à restauração e à hotelaria se reviram inicialmente naquele conceito. À medida que o conteúdo foi sendo criado, fui moldando esse conceito mais virado para o humor e para o sarcasmo.
Post, story ou café?
Antes do post e do story, tem de vir sempre primeiro o café (mas vários).
Como surgiu o marketing de influência na sua vida?
O marketing de influência surgiu na minha vida por necessidade. Na altura em que criei a página, como hobby, trabalhava no café e tinha um outro trabalho ligado à minha área de formação. No dia em que me despeço desse trabalho, volto para apenas ao ordenado mínimo do café, já tínhamos duas filhas e uma página com 35/40 mil pessoas e pensámos: por que não ligar esta linguagem com que as pessoas se identificam a campanhas ou produtos específicos? Fui atrás de algumas marcas com que me identificava e muitas delas alinharam, inicialmente.
A que atribui o sucesso como influenciador?
Diria que a frontalidade e a forma leve e divertida como levo o meu dia a dia ajudaram a criar esta ligação com as pessoas. Elas sabem que sempre visitam a página, tanto podem encontrar um Carlos bem-disposto e divertido, como um Carlos chateado ou preocupado com alguma coisa. As pessoas relacionam-se com isto, um gajo um bocadinho sem filtros e que manda cá para fora vários estados de espírito.
Qual foi a colaboração mais especial?
Houve muitas colaborações que adorei fazer, tanto pela abordagem, como pelo conceito, mas tenho de destacar três, que, por diversas razões, se destacam: a Control, a Super Bock e a Staples.
A que marca seria um sonho associar-se?
Felizmente, já trabalhei com marcas que queria muito e que são grandes veículos de comunicação. Mas gostava muito de um dia trabalhar uma Coca-Cola, uma Rituals ou uma Adidas.
O que faz para manter a criatividade e inovar nos conteúdos?
Isso é uma excelente pergunta para me fazer a mim mesmo ahahah – é a pergunta que toda a gente se faz. O que eu tento, ao máximo, é ser o mais genuíno possível. É ambicioso estar desde 2020 a fazer pelo menos dois conteúdos por dia e não me tornar repetitivo, quer em relação a temas, quer em relação a rubricas. Diria que uma das minhas coisas preferidas, nos dias de hoje, e que me causa um bocadinho de ansiedade ao mesmo tempo, é não ter conteúdos planeados e/ou numa gaveta. Normalmente, só monto os meus posts no meu mega Canva uns minutos antes de irem para o ar. Porque não sei qual será o meu estado de espírito amanhã, não sei o que pode acontecer daqui a 20 minutos… Só tenho planeados os conteúdos em parceria com marcas, sei que em dias em que joga o Sporting também tenho aquele horário fechado, de resto… é o que surgir na altura.
Já sentiu necessidade de se desligar das redes sociais?
Isso para mim é um bocadinho difícil. Chama-se FOMO, não é?!
Diria que a minha gestão é um bocadinho esquizofrénica. Quando estou no Instagram é muito numa ótica de criador de conteúdos, de ver o que se está a passar, a comunicar… e não tanto numa ótica de consumidor. E isso normalmente acontece durante o dia. O meu guilty pleasure, não posso negar, são aqueles 30/40 minutinhos a fazer scroll no Tik Tok e a ver coisas absurdas, tipo diretos de lojas de gomas. Mas falando um bocadinho mais a sério, nunca consigo desligar a 100 %.






