Cinco erros elementares de gestão para qualquer negócio

Cada negócio tem a sua especificidade e necessidade. Não existem fórmulas mágicas nem magos à prova de bala. Tornar um negócio operacional é complexo. Não é de todo uma missão impossível, nem tão pouco uma ciência alquímica, mas é exigente.

 

Hoje destaco cinco erros fatais para qualquer negócio, de qualquer área, em qualquer circunstância.

1. Interpretação conjuntural

O primeiro passo é a ideia, o segundo é o conceito e o terceiro, em ex-áqueo com

os anteriores, é a análise conjuntural, ou seja, a capacidade de analisar o mercado, a sociedade, o território e a economia para, nestes fatores, enquadrarmos o negócio. A fórmula é simples: seja realista, espere o pior, projete as dificuldades e prepare-se para a guerra. Se estruturar o seu negócio para enfrentar as dificuldades que vão surgir em termos conjunturais está a fortalecer a sua existência. Por cada pensamento de que isto vai ser fácil, procure as dificuldades, prepare-se para elas e, se não surgirem, isso será um acelerador do negócio.

2. Fenómeno “A vida é bela”

O equilíbrio emocional e a capacidade de nos integrarmos no mundo tal como

ele é são determinantes na fomentação do negócio. Para o bem e para o mal, nós vivemos neste planeta, povoado por pessoas. Os nossos negócios, direta ou indiretamente, destinam-se a essas mesmas pessoas. A visão crítica do ser humano, em todas as suas dimensões, leva-nos a entender de forma mais realista o que ele necessita, por um lado, e o que pode contribuir para o nosso negócio, por outro. Esta referência está presente nas mais diversas fases das empresas, desde a contratação de recursos humanos, à relação com clientes e fornecedores, não esquecendo a própria gestão de recursos. Quanto à ideia, lembre-se que o mundo gira depressa, o que faz com que não existam ideias perfeitas se não as dotarmos de uma constante visão evolutiva.

3. Ping pong

Uma das maiores dificuldades do gestor contemporâneo é definir um rumo suficientemente assertivo para ser duradouro, convenientemente estruturado para ser sólido, epicamente vanguardista para poder resistir às investidas, desde logo do tempo. O ping pong de estratégias, avanços e recuos, pode ser fatal para uma ideia. A dicotomia tempo/operação é o grande desafio, o timing é tudo e a oportunidade é única e irrepetível… daí a exigência de se acertar à primeira.

4. Previsionocracia

Hoje somos assomados por um mundo procedimentalista, no qual tudo está

planeado em tabelas e onde se preparam gestores para que, inevitavelmente, o fenómeno A desencadeie o resultado B. E o imprevisível? E quando a ciência económica e de gestão não consegue prever a multiplicidade de fenómenos que podem surgir? Tornar as estruturas e os planos de gestão demasiados rígidos pode ser um erro crasso. O ponto é o intermédio entre o procedimento e a flexibilidade necessária para dotar as organizações, e as pessoas das mesmas, de capacidade de reação e criatividade para fazer face a qualquer adversidade.

5. “Eu é que sei”

Não há navio sem comandante, não há povo sem líder, não há música sem ritmo. Liderar uma organização não é chamar a si todas as decisões. Ao líder de hoje exige-se flexibilidade, capacidade de agregar conhecimento e de se rodear dos melhores profissionais. O poder deve estar articulado e distribuído de acordo com competências, necessidades da empresa e exigências organizacionais. Em caso de necessidade, tem de existir sempre a última palavra. O líder de hoje não pode ser o “Eu é que sei”, mas antes o “No fim, eu é que decido”. Sempre no fim e nunca no princípio. Só assim poderá tomar decisões mais acertadas.

 

Ramiro Brito, administrador do Grupo Érre

briefing@briefing.pt

 

Segunda-feira, 13 Janeiro 2020 11:52


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