Os temas da inovação, da sustentabilidade e do impacto positivo constituem peças centrais da estratégia da Nova SBE. Assim afirma o Executive Director do Innovation Ecosystem, Rui Coutinho, enquadrando este posicionamento com os “desafios sem precedentes” que a sociedade enfrenta, decorrentes, por um lado, de um modo de vida que tem gerado desequilíbrios nos ecossistemas naturais, níveis de poluição e de emissões de CO2 insustentáveis e alterações climáticas e, por outro, da evolução tecnológica acelerada e exponencial, mas também do agravamento das desigualdades.
“Enquanto sociedade, precisamos de fazer mais e melhor. Precisamos de colocar todo o nosso engenho, toda a nossa criatividade e todo o nosso compromisso na construção de novas e melhor soluções que nos permitam uma vida mais harmoniosa com o nosso planeta e mais justa para as pessoas”, sustenta, realçando que, enquanto escola pública, a Nova SBE, assume a missão de dar um contributo substancial para o acelerar dessas soluções.
Rui Coutinho sublinha que cocriar uma mudança positiva na sociedade faz parte do propósito da escola, mas também dos seus valores enquanto organização e dos objetivos que endereça “de forma ambiciosa”, seja através de novas competências e novas formas de pensar que procura disponibilizar aos alunos, seja através da investigação e produção de conhecimento, seja ainda pela forma como serve a sociedade e contribui para a inovação em novos produtos, novos serviços, novos processos e novos modelos de negócio.
A estratégia é “muito clara e muito ambiciosa”, materializando-se do ponto de vista educacional, com mais de 300 alunos inscritos em programas de inovação e empreendedorismo e com a inscrição destes temas nas estruturas curriculares de todas as licenciaturas e mestrados. “São temas transversais e competências críticas de futuro que queremos que todos os nossos graduados possuam. É traço distintivo da nossa matriz de ensino-aprendizagem”, sustenta.
Em paralelo, a oferta educacional em sustentabilidade, ESG e impacto está “a crescer exponencialmente”, com a escola a protagonizar um “esforço muito grande” para atrair corpo docente especializado nestas áreas. Do mesmo modo, investe em bolsas para que “todos, sem exceção”, ali possam estudar, um investimento que este ano ascendeu a 2,5 milhões de euros. “Esse é um tema central em toda a nossa estratégia”, afiança Rui Coutinho.
No que toca à investigação, o foco é, assumidamente, a produção de conhecimento fundamental e de conhecimento aplicado em matéria de sustentabilidade, impacto e inovação. O Executive Director do Innovation Ecosystem exemplifica com os grupos de trabalho dedicados à liderança para o impacto, à economia do ambiente, à economia da educação, a África, às finanças (com forte ênfase em literacia financeira e finanças sustentáveis) ou à inovação aberta.
Trata-se de uma “estratégia muito vasta”, com uma intenção “deliberada de serviço à sociedade”. É este, aliás, o âmbito do Ecossistema de Inovação, que se dedica a trabalhar soluções inovadoras para os grandes problemas que a sociedade sente, juntando empresas, startups, professores, alunos e organizações não governamentais. “É a nossa plataforma de inovação aberta e colaborativa que procura dinamizar uma comunidade num conjunto de iniciativas e projetos focados na cocriação de soluções mais inovadoras e melhores para alguns dos grandes desafios da sociedade”, enquadra Rui Coutinho.
Assim, o ecossistema trabalha com as empresas na criação de novos produtos, serviços, processos e modelos de negócio, num quadro de colaboração que, segundo o diretor executivo, possui algumas características que têm sido caso de estudo um pouco por todo o mundo: “Temos algumas das equipas de inovação destas empresas como ‘innovators-in-residence’ no nosso campus (vivendo e trabalhando lado a lado com a nossa comunidade); usamos um modelo de negócio de ‘membership’, pelo que as empresas, mais do que nos ‘comprarem’ projetos, tornam-se membros do ecossistema e trabalham uma ‘innovation journey’ com a Nova SBE. Temos dito, um pouco a brincar, mas um pouco a sério, que estamos a experimentar o conceito de ‘university-as-a-platform’.”
“Mas, fundamentalmente o que queremos é experimentar novos modelos, mais eficientes, mais impactantes, de servirmos melhor a nossa sociedade e de contribuir, através da nossa capacidade de inovar (em complemento às nossas missões de educar e de investigar) para um país mais justo e mais competitivo”, conclui.
Acelerar o impacto
Um programa integrado, focado nos grandes desafios que estão pela frente e no modo como a urgência da sustentabilidade e o imperativo da inovação serão as únicas formas de acelerar, em escala, o impacto positivo. São estes os contornos do Impact Program, que germinou a partir de uma iniciativa desenvolvida em 2022, a Sustainability Journey. “Inspirámos e fomos inspirados e celebrámos a importância da sustentabilidade. Mas também percebemos que a nossa comunidade, mais do que celebrar, quer aprender mais sobre a importância da sustentabilidade e da inovação para o nosso futuro”, enquadra o Executive Director do Innovation Ecosystem. Nasce, assim, a decisão de organizar em 2024, não um grande evento, mas um programa integrado, que, numa semana, concentra um conjunto de atividades inteiramente focadas na capacitação de pessoas e organizações nos temas da sustentabilidade e da inovação.
Mas – enfatiza Rui Coutinho – “com algumas particularidades inovadoras”. Primeiro, a possibilidade de cada participante personalizar a sua jornada de aprendizagem: assim, cada pessoa pode participar num dia específico ou em toda a semana; mas também pode desenhar o seu próprio programa e escolher as sessões mais adequadas à sua realidade e aos seus interesses. “Em segundo lugar, cada dia tem um foco específico, na medida em que os temas da sustentabilidade e da inovação têm dimensões diferentes para cada pessoa e para cada organização. Daí os dias dedicados aos indivíduos, à sociedade, às pequenas e médias empresas e às grandes empresas. E, em terceiro lugar, o programa propõe múltiplos formatos, de sessões de debate a workshops, de momentos de aprendizagem entre pares a sessões colaborativas de cocriação. “Será um programa absolutamente único, que combina alguns dos especialistas da Nova SBE com vários ‘practitioners’ e com muitos exemplos da vida real”, evidencia.