Sofia Barros falava no âmbito da apresentação do guia “O valor certo”, uma iniciativa conjunta da APAP e da Associação Portuguesa de Anunciantes (APAN). Para esclarecer que a associação só interveio, através de uma carta enviada à CP que acabou por ser tornada pública, porque foi contactada por agências suas associadas que questionavam os valores constantes da proposta da empresa pública.
E só assim aconteceu – esclareceu – porque se trata de um concurso público, caso contrário o assunto não teria esta repercussão. Segundo Sofia Barros, o primeiro passo que deu foi contactar a APAN, mas a CP já não é associada.
Contudo, segundo a secretária-geral da associação que representa os anunciantes, Manuela Botelho, estes processos não suscitam posições da APAN, ao abrigo do código de ética e de conduta e do respeito pelos princípios da concorrência. “Não conhecemos o processo e a forma como foram feitos os cálculos”, limitou-se a afirmar.
Já o presidente da APAP, Miguel Barros, explicou que o concurso público lançado pela CP para a seleção de uma agência de publicidade estava bem estruturado e conforme com as boas práticas, exceto no que respeita à remuneração. Havia – adiantou – um desequilíbrio entre a estrutura pedida e o valor disponível para a remunerar.
Porém, a regra não é, como frisou Sofia Barros, remunerar mal as agências, até porque – corroborou o presidente da APAN, Eduardo Branco – “não há almoços grátis”, significando isto que quando se remunera pouco há consequências, ou sobre o trabalho entregue, com prejuízo da qualidade, ou sobre os outros clientes, que vão pagar mais. Afinal, as agências são empresas e têm estruturas e custos a suportar.
Fonte: Briefing