A agência de meios Carat já actualizou os dados sobre o fecho do
investimento publicitário em 2010, trabalho feito a partir dos dados da
Marktest e que aponta para um crescimento de 3,3 por cento em 2010 no
total do mercado, com a imprensa e a publicidade exterior a registarem,
em contra-ciclo, descidas de 3 por cento e 6,3 por cento,
respectivamente.
O presidente da Carat, André Freire de Andrade, sublinha que o
crescimento médio de 2 por cento entre 2000 e 2008 sofreu um revés em
2009, com uma queda de 15 por cento do mercado publicitário: “Foi uma
década completamente perdida”, diz.
Recordando que os bons números das exportações portuguesas “não contam
para este mercado”, o responsável realça o papel do consumidor no
capital disponível pelas marcas para investir: “Quanto mais consumidores
comprarem produtos, mais dinheiro há para a publicidade”.
Para este ano, e pelas perspectivas dos clientes da empresa, André
Freire de Andrade aponta para o mercado português investimentos “na
linha do ano passado”, com pontuais variações nalguns sectores, como a
Internet, que continuará a crescer.
A Initiative, por sua vez, prevê para 2011 que a televisão aberta
mantenha a sua quota de investimento, ao passo que a televisão paga e a
Internet deverão ganhar quota de mercado, com a imprensa e o cinema a
continuarem a ser os meios mais penalizados e com maior perda de quota.
O director-geral da agência, Alberto Rui, sublinha que “dificilmente o
mercado vai crescer” em 2011, até porque a “conjuntura económica” conta
também para a publicidade: a evolução do Produto Interno Bruto (PIB), o
consumo privado e público e os índices de confiança, “todos em baixa”,
contribuem para que “só numa situação muito atípica” é que o mercado
cresça este ano.
A generalidade das marcas, sustenta Alberto Rui, optam por uma “gestão
de curto prazo” e “dificilmente se comprometem com orçamentos anuais”,
resultado da “expectativa” do mercado sobre o futuro mais imediato do
sector.
A nível internacional, estudos de empresas apontam para que 2011 seja um
ano de recuperação económica do mercado financeiro.
A espanhola Zenith Media, por exemplo, realça a estabilidade de 2010 por
comparação com os números negativos dos dois anos anteriores para
antever um crescimento global de 0,4 por cento, com a Internet a liderar
as subidas com 12 por cento de avanço por comparação com 2010.
Também a revista britânica The Economist publicou recentemente um
trabalho onde destacou que a “recuperação do mercado publicitário”
assenta em dois pilares – a Internet e a televisão.
Fonte: Lusa