Mudar aos 61 anos? Luís Silva dá a provar a nova Adega de Palmela

 Mudar aos 61 anos? Luís Silva dá a provar a nova Adega de PalmelaA Adega de Palmela investiu um rebranding com o objetivo de dar uma nova frescura a uma marca com 61 anos. E fê-lo sem perder os elementos históricos que a ligam ao território onde nascem as uvas, mas, ao mesmo tempo, procurando atingir novos consumidores.

Daí o lançamento de uma gama de vinhos específica para a restauração. O enólogo Luís Silva dá a provar esta estratégia.

Briefing | Como é que uma marca com mais de meio século se renova?

Luís Silva | A marca Adega de Palmela tem vindo a acompanhar as tendências do mercado com a criação de novas referências, o que obriga a um encepamento atualizado. Encontra-se presente em novos mercados como é o caso da China, Brasil e Angola através do projeto OCM de ordem internacional. Tem ao longo do tempo vindo a investir em novas tecnologias, este ano vamos investir dois milhões de euros na parte da vinificação, engarrafamento e na capacidade de receção da uva. Ao reposicionar-se, a marca acaba de lançar no mercado a nova gama “Villa Palma”.

O “Villa Palma” branco e tinto Colheita Selecionada, o “Villa Palma”branco, tinto e rosé são os cinco vinhos que se podem encontrar no mercado e com os quais a marca quer aliar-se ao canal HORECA (segmento onde a Adega de Palmela pretende reforçar a sua quota de mercado). A Adega de Palmela quer estar à mesa dos portugueses.

Briefing | E como é que o faz sem perder a história?

LS | Investindo nos dois elementos mais evidentes da história da região e colocando-os no logotipo da marca. O logotipo tem vindo a ser atualizado ao longo dos anos até aos dias de hoje, o que intensifica o relacionamento com a nossa origem, com o nosso savoir faire, com o nosso terroir e reforça a nossa ligação a Palmela e aos ícones da vila. A fachada do castelo é um dos símbolos principais de imagem institucional da adega, pois a adega é ainda hoje a única produtora de vinhos da região da Península de Setúbal que detém o nome “Palmela” no seu logotipo.

A nova identidade gráfica nesta altura faz todo o sentido para darmos uma nova frescura e um novo rejuvenescimento a uma marca com 61 anos de história. Queremos estar mais próximos dos nossos consumidores e atingir públicos mais jovens.

Briefing | A criatividade é interna ou socorrem-se de uma agência?

LS | A criatividade e orientação são internas, mas temos hoje o apoio de agências na imagem e na comunicação. Nós dedicamos grande parte do nosso tempo a acompanhar os nossos produtores e o produto, portanto havia essa necessidade. Assim, a incorporação do apoio de agências permite-nos usufruir de uma imagem de qualidade, uma exigência do próprio sector.

Briefing | O que procuram com a mudança?

LS | Procurámos que a mudança transparecesse o novo posicionamento, temos vinhos que têm sido premiados nos mais diversos concursos nacionais e internacionais e, se isso foi possível ao longo de 40 anos com outro tipo de equipamentos, acredito que agora, após o investimento, melhores resultados estão para vir.

Procuramos atualizarmo-nos e adaptarmo-nos às novas exigências do mercado, que se encontra em constante mudança.

Briefing | E quais os objetivos de mercado?

LS | Aumentar o portefolio com marcas dirigidas a segmentos de mercado mais exclusivos e exigentes, com prioridade para restauração e garrafeiras. Posicionarmo-nos como o porta-bandeira da região vitivinícola de Palmela. Aumento da expansão internacional. Aumentar a notoriedade da marca.

Briefing | No que respeita aos produtos, o que pode o mercado esperar?

LS | O mercado pode esperar até ao final do ano o lançamento de novos produtos, no qual se inclui uma aguardente velha e talvez um moscatel.

Briefing | De que modo promovem os vossos vinhos além Portugal?

LS | Temos os nossos distribuidores internacionais que promovem os nossos vinhos fora de Portugal e participamos várias vezes por ano em feiras internacionais do setor. Brevemente, marcaremos presença na próxima edição da feira de vinhos Prowein, na Alemanha. Estamos também todos os anos presentes na SISAB e participamos no projeto OCM de ordem internacional.

Briefing | Quais os mercados internacionais em que apostam? E com que resultados?

LS | A aposta da adega dirige-se a todos os mercados internacionais sem exceção, atualmente com resultados muito positivos e com tendência a crescer de ano para ano. Definimos como alvos prioritários Brasil, China e Angola, sendo que os dois primeiros apresentam resultados positivos de ano para ano, o mercado angolano encontra-se de momento mais estagnado, mas é sempre uma aposta da adega.

fs@briefing.pt 

Quinta-feira, 06 Outubro 2016 12:19


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