De acordo com o presidente do júri, Manuel Alegre, o livro oferece “um retrato dos anos 1960”, além de ser “um anúncio metafórico do 25 de Abril”. A edição deste ano dos Prémios Leya, que tiveram o seu início em 2008, destacou-se por ter sido a mais concorrida de sempre, tendo contado com 1123 originais, provenientes de 15 países. De seguida, foram selecionados oito finalistas até à escolha do vencedor, feita após uma reunião que decorreu entre os dias 4 e 6 de novembro.
A narrativa da obra aborda a história da construção da Ponte 25 de Abril, a vida num pátio operário, a convivência com inúmeros norte-americanos no bairro de Alcântara e os acontecimentos políticos da época.
“Ontem ganhei um Grand Prix em Cannes, só que não foi um Grand Prix em Cannes, até porque o máximo que lá ganhei foi um Leão de Bronze. O que eu ganhei ontem foi um Prémio Leya em Portugal, que, em linguagem publicitária, será o equivalente”, começa por dizer Nuno Duarte à Briefing. “É isso que sou, publicitário. Só que este prémio não distingue publicitários, mas escritores, que é coisa que não sou. Ou talvez seja, afinal. Publicitário de dia e escritor à noite, nas horas antes e depois dos briefings”, remata.
Além de Manuel Alegre, fizeram parte do painel de jurados: o professor da Universidade de Coimbra José Carlos Seabra Pereira, a jornalista e crítica literária portuguesa Isabel Lucas, o antigo reitor da Universidade Politécnica de Maputo Lourenço do Rosário, a poeta e historiadora Ana Paula Tavares, e a jornalista e historiadora brasileira Josélia Aguiar.
Simão Raposo