São os três sócios – Duarte Durão, managing partner; Nuno Cardoso, creative partner; e Vasco Teixeira-Pinto, digital partner – que chamam a si a explicação para este desenvolvimento. E começam por atestar que a NOSSA é hoje “uma agência maior do que há 15 anos ou até do que há cinco anos”: “Não apenas em número de pessoas, mas em maturidade, em projetos, em clientes. E, apesar de oferecemos mais serviços integrados, a génese é a mesma, resolver problemas através de novas abordagens seja pelas ideias, pelo formato e pelos conteúdos.”
Mas o que importa mantém-se: o impacto da criatividade numa perspetiva global das marcas. “A pandemia teve um impacto profundo na nossa forma de trabalhar e de criar. Ainda estamos a avaliar tudo o que mudou e as consequências deste afastamento físico entre colaboradores, clientes e fornecedores”, partilham.
Esta reflexão surge no momento em que a agência se prepara para entrar no 15.º ano de existência, o que – dizem – é sempre uma oportunidade para olharem para dentro e falarem sobre o futuro. “Somos uma agência portuguesa e independente, que começou com quatro pessoas e que agora tem mais de 60, em diferentes áreas da comunicação e produção. E também porque entrámos num mundo novo”, enquadram, deixando uma certeza: “É altura de nos reajustarmos. Não podemos continuar com as crenças de 2019.”
Duarte Durão, Nuno Cardoso e Vasco Teixeira-Pinto falam de crescimento em maturidade e não têm dúvidas de que a maturidade traz mais responsabilidade: “A NOSSA tem hoje uma reputação criativa multidisciplinar que é importante atualizar a todo o momento. Não somos apenas uma agência que faz filmes, ou uma agência que faz bem o digital. Criamos para todos os meios da mesma forma surpreendente e eficaz. E o reconhecimento está demonstrado pelo estudo da Scopen que nos coloca como a agência que melhor junta o tradicional com o digital.” E traz igualmente ambição: “A nossa maturidade vai mais além. Hoje, as nossas preocupações não se limitam à comunicação. Queremos ser um exemplo para Portugal e inspirar outras indústrias, outros setores. Mesmo correndo o risco de nos chamarem megalómanos.”
Dos quatro elementos iniciais, a agência cresceu para os atuais 60. Uma dimensão que, de acordo com os sócios, é a ideal para manter a rapidez e a flexibilidade que o mercado exige e, ao mesmo tempo, ser capaz de disponibilizar soluções totalmente integradas. E – acrescentam – para que esta oferta se mantenha atual, é preciso que a NOSSA esteja em mais áreas da comunicação. Recordam que já entrou na ativação e eventos através da Faz Mossa e na produção de conteúdos com a MOSSA Film Lab. “No início de 2023, mais novidades surgirão”, prometem.
A dimensão também é a dos clientes, com a agência a trabalhar atualmente com mais de 40 marcas nacionais e internacionais. “Já tivemos clientes em todos os setores. Já lançámos novos produtos de sucesso. Já alterámos hábitos e perceções. O sucesso da criatividade já contribuiu para que umas marcas fossem compradas por outras”, contam, comentando: “A marca que deixámos em muitas marcas tem sido reconhecida por prémios criativos e por prémios de eficácia.”
Não perdem o ADN de agência nacional e independente, mas estão recetivos a outros mercados. Cada vez mais desafiados a internacionalizar-se, têm, contudo, uma visão para este caminho: “Mesmo durante a pandemia surgiram várias oportunidades de abrirmos a agência noutros países. Mas, primeiro queremos exportar mais os nossos serviços criativos. Apostar na nossa estratégia, branding e criatividade digital. Atualmente, temos clientes na Suíça, na Dinamarca ou no Dubai. E a percentagem de criatividade exportada vai aumentar. Estamos confiantes no futuro.”
A propósito de futuro, o da NOSSA vem acompanhado de um “propósito maior”: “Queremos tornar a criatividade no principal recurso natural de Portugal.” “Vamos ajudar as marcas que já estão implantadas, mas também aquelas que dão os primeiros passos. Vamos tentar formar cada vez mais jovens talentos e desafiá-los a pensar de forma criativa e disruptiva. Nós, portugueses, precisamos de valorizar a criatividade em todos os setores. Muito já está a ser feito, mas precisamos de investir mais. De educar mais. Portugal precisa de criatividade. Até para se reinventar como país”, sustentam, rematando: “Mas isso era outra entrevista…”
“NOSSA – Criamos juntos” é o novo fio condutor do posicionamento da agência e os três sócios explicam porquê: “A maior ameaça à criatividade é o isolamento que o conforto nos trouxe. Estamos cada vez mais afastados e o pior é que estamos superficialmente felizes por isso. Estamos a reduzir as interações entre nós. Estamos a comunicar menos. Ora, todos sabemos que a criatividade começa quando várias regiões do nosso cérebro comunicam entre si. As neurociências já o explicaram. A criatividade precisa de comunicação também com quem está à nossa volta. Se reduzirmos os estímulos e o diálogo, a médio prazo vamos tornar-nos menos criativos e isso é uma ameaça para o setor da comunicação, mas, sobretudo, para a própria humanidade.” Recordam, a propósito, um artigo de Miguel Esteves Cardoso sobre a moda, em que ele questionava o eclipse da criatividade. E fazem-no para partilhar um receio: “O de que estejamos a ficar alegremente menos criativos”. “É importante mantermo-nos juntos para continuar a criar e a inovar. E não é só dentro da agência. É em todo o ecossistema da comunicação. O nosso mantra é ‘Criatividade humana. Pensamento digital’. ‘Criamos juntos’ é a forma como o vamos fazer”, contextualizam.
Mas, que mais-valia aporta esta abordagem para os clientes e as marcas com que trabalham? Respondem que sempre foram uma agência de fácil relação e que acredita na colaboração: “Gostamos de ouvir, mas também lutamos por aquilo que acreditamos ser o melhor para as marcas com que trabalhamos. Esta união e proximidade que queremos manter com colaboradores e clientes é fundamental para a criação de valor para as marcas. Os clientes sabem isso e valorizam. Uma boa relação proporciona melhores ideias. Além disso, não temos medo de sujar as mãos a fazer o que muitas agências não gostam de fazer. Acreditamos que as relações completas melhoram a eficácia das marcas.”