Não, não estou. Cá estamos em pleno Douro Film Harvest, num ano vintage, este ano, o ano em que eu vou, claro. A desculpa dessa minha participação tem a ver com a adaptação da para micro-metragens (narrativas fílmicas de mais ou menos cinco minutos) das histórias do meu primeiro romance, “O Rapaz das Fotografias Eternas”.
Quando digo “desculpa” é só para reafirmar que gostaria de fazer parte do DFH com ou sem objectivo concreto. Gostar de cinema e de lugares bonitos não precisa de racionalidades e explicações. Mas, sim, a questão aqui é de trabalho. E que trabalho.
A ideia tem a sua originalidade. De um lado um livro que começou enganado (era para ter sido o guião de uma longa, mas o escrevinhador, por acaso, eu, mudou de ideias nas primeiras linhas e lá cometeu uma novela), do outro lado cinco autores à procura de personagens narrativas. Não é caso de adaptar as 250 páginas do livro e as enfiar em tão pouco minutos. O objectivo é fatiar a obra e com essas fatias fazer boas entradas para, quem sabe um dia, o prato principal que será a longa sonhada. O workshop também será uma competição. Das cinco histórias desenvolvidas uma será escolhida como a melhor e, quem sabe, um dia, produzida.
Como autor estou apavorado. Ver os outros a mexer nas suas histórias é como levar o seu bebé para cortar as melenas por um cabeleireiro chamado Eduardo Mãos de Tesoura. Mas como cinéfilo e coordenador do workshop, mal posso esperar para a coisa aconteça.
E no fim, para que essa história acabe bem, tenho a certeza que no fim não virá um “fim”. E sim um happy end com “The End”.
Ou como diria o meu Tio Olavo, citando Orson Welles: “O cinema não tem fronteiras nem limites. É um fluxo constante de sonho.”
Edson Athayde