Há cada vez mais e têm-se replicado as iniciativas que promovam um maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, que proporcionem melhores condições de trabalho e garantam níveis de bem-estar superiores no contexto de trabalho.
Para o conseguir, é obrigatório conhecer a vida interna das organizações. Saber qual é o seu “fator X”. E nada melhor do que começar dando voz às pessoas para que depois se possa agir em consequência e em conformidade com o feedback dos seus ativos humanos.
Muitos encaram este tipo de iniciativas de avaliação com algum receio dos resultados. Mas ouvir o que os colaboradores têm a dizer é um ato de boa gestão. Mesmo em contextos onde sejam expectáveis resultados menos simpáticos, será seguramente uma oportunidade para perceber quais os aspetos que são mais e menos apreciados pelos colaboradores, orientando uma saudável reflexão e suportando processos de decisão.
Dar a voz aos colaboradores é algo que encerra em si uma dinâmica positiva, que é naturalmente apreciada pelos próprios. Diria que, mesmo em contextos de maior negativismo, a oportunidade dada aos colaboradores de se fazerem ouvir será ainda mais valorizada.
Se juntarmos ao ato em si de ouvir o ser-se consequente com os resultados apurados, então, aí sim, estaremos a criar um ciclo virtuoso. E ouvir os colaboradores, partilhar e promover uma reflexão ponderada sobre os resultados é um desafio que todos os líderes devem aceitar.
Esta é uma jornada enriquecedora para as empresas, numa altura em que as organizações mais evoluídas se estão a orientar para gestão e valorização do ativo humano. Acarinhar, motivar, desenvolver e reter os colaboradores é cada vez mais determinante num mundo em que a procura pelo talento distintivo é cada vez mais crucial.
Para tal, torna-se vital que cada organização faça regularmente um check-up organizacional, procurando decifrar de forma rigorosa qual o seu fator X, quais os aspetos que os seus colaboradores mais valorizam e de que forma se sentem ou não satisfeitos face à realidade, permitindo, dessa forma, definir prioridades de intervenção.
Conhecer o fator X da organização, ou seja, quais são aqueles aspetos que estão mais ligados à cultura e à estratégia da organização e que mais são valorizados pelos colaboradores e potenciar esses aspetos com a implementação de medidas de promoção da satisfação e motivação irá naturalmente criar as condições ideais para a obtenção de melhores resultados e a melhoria de performance das organizações.
Ouvir os colaboradores, saber qual é o fator X e apostar melhoria dos processos na resposta às expectativas dos seus colaboradores é levar a organização a crescer através dos recursos humanos. Através da excelência do fator humano.
Pedro Rocha e Silva, partner da Neves de Almeida | HR Consulting