A riqueza vem da diversidade na Gelpeixe. Palavra da Lídia

“A sustentabilidade, palavra esta tão badalada e tão bem cotada hoje, só existe num mundo com igualdade, diversidade e inclusão.” Esta é a convicção da administradora executiva da Gelpeixe, Lídia Tarré, e espelha o posicionamento da marca no que toca às questões da igualdade de género.

A gestora reconhece que a igualdade de género ainda é um tema em Portugal, mas diz acreditar que “um dia vai deixar de o ser”: “Quando? Não sabemos, mas sabemos que o que fizermos hoje terá impacto no futuro. Quanto maior conhecimento houver sobre os temas das desigualdades, maior consciência haverá sobre as decisões e atitudes a tomar para um mundo mais justo, equilibrado e saudável.” Recorda que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030 também colocam em cima da mesa “estes e outros temas tão importantes” para as agendas corporativas e servem para “lembrar que o alinhamento entre todos faz diferença pela força conjunta”. Por isso – afirma – falar de igualdade é, sem dúvida, falar também de diversidade e de inclusão.

Este é um caminho que – assegura – a Gelpeixe já faz há largos anos: em 174 pessoas, 82 são mulheres e 92 são homens, o que representa praticamente 50/50. E acrescenta: “Sempre tivemos muitas mulheres à frente de departamentos e este ano chegámos à igualdade entre responsáveis mulheres e homens.” A mudança chegou ao conselho de administração, que, tem desde 2015, uma mulher entre os cinco administradores. E esta é uma preocupação que está presente no recrutamento, seja interno, seja externo: “Temos a consciência do que mais complementa a equipa, o grupo de pessoas a que se vai juntar, seja idade, experiência, percurso académico, perfil comportamental, antiguidade, competências técnicas, soft skills, género, entre outros.” Mas a igualdade faz-se em dois sentidos: “Vamos devagarinho colocando mulheres onde normalmente só existem homens, mas também homens onde normalmente só existem mulheres.  Semeamos e deixamos que as pessoas façam o seu caminho. Reconhecemos os casos de sucesso e aprendemos com os restantes. Sabemos que a complementaridade torna uma equipa mais rica, mais forte, mais capaz e mais resiliente, porque aprendem a apoiar-se uns nos outros e a partilhar o que têm de melhor, tornam-se equipas mais vivas.”

Lídia Tarré reconhece que nem sempre é fácil, mas afiança que é o certo. Porque “a energia das empresas, tão necessária à criatividade e à inovação, mas também à incorporação de novas formas de trabalhar, é quando as pessoas saem da sua zona de conforto para a zona de coragem, esta zona tão importante nos dias que correm em que a mudança é constante e os desafios são cada vez mais complexos”. O colocar em prática esta filosofia estende-se à grelha salarial, que é   aplicada a todos consoante competência e experiência, e seguida para o planeamento de carreira, de formação e gestão de talento. “Se é ainda é possível fazer mais?”, pergunta, dando uma resposta assertiva: “Claro que sim! É importante vermos a fotografia de onde estamos, hoje, mas também o filme que fazemos há 44 anos e estamos orgulhosos com os passos que demos no equilíbrio destes temas e sabemos que o futuro só pode ser ainda melhor.”

Este posicionamento transparece a todos os níveis, incorpora o marketing e a comunicação e alcança o mercado. Afinal, “mais do que nunca, a comunicação, interna e externa, é estratégica e torna-nos a todos mais próximos”. “É importante defendermos os valores que honramos, nos quais acreditamos e mostrar que o caminho existe, que se faz passo a passo, e inspirar os outros para a riqueza que a diversidade na gestão e nas equipas nos dá.” Mas, Lídia Tarré ressalva que a Gelpeixe sempre acreditou que mais do que parecer é preciso ser: “Os valores de cada marca e de cada empresa sentem-se; se temos 44 anos de mercado é porque o que temos apresentado ao mercado é, sem dúvida, positivo.”  E os consumidores estão atentos e, mais do que isso, esperam e exigem que as marcas sejam claras nesta matéria: “Sabemos que, cada vez mais, a relação entre empresas/marcas e consumidor é mais emocional e baseada em valores e princípios como estes que defendem a igualdade de género. Que marca deixamos no mundo? Que propósito têm as empresas? São perguntas às quais o consumidor está cada vez mais sensível.”

No entender da administradora executiva da Gelpeixe, as marcas têm um papel a desempenhar na transmissão de valores. Não significam que todas o façam: “Há as que fazem e não dizem, as que dizem e não fazem e as que fazem e que dizem. Nós preferimos fazer, consolidar e depois dizer”, assegura. Uma marca de produtos alimentares tem uma responsabilidade acrescida no tema da igualdade: “É importante termos consciência de que dois terços de quem compra o nosso produto são mulheres. Se este tema já toca a muitos homens, toca mais ainda a muitas mulheres. Mulheres essas algumas mães, avós, tias, enfim… educadoras e influenciadoras das próximas gerações. Sabemos que estes valores são essencialmente passados em casa e em família.” E conclui: “Uma marca como a nossa deve ser bem competitiva e sustentável, e, no género, mulheres e homens, contam pelo que são, pelos seus princípios, e pela forma como engrandecem o mundo à sua volta.”

briefing@briefing.pt

 

Segunda-feira, 24 Maio 2021 11:58


PUB