“We are family“. Foi assim que Edelkoort começou a sua apresentação. Otimista, sorridente, disse que a força motora da atual sociedade são os jovens. Eles querem “partilhar e conhecer mais” e por isso vamos passar de uma sociedade individual para uma mais coletiva, o que vai afetar todos os setores.
O que é que esta mudança vai provocar? A mulher que já foi considerada pela revista Time como uma das 25 pessoas mais influentes na moda a nível mundial, falou de pessoas e de negócios. Primeira constatação: há um pequeno baby boom um pouco por todo o mundo. A grande diferença é que são os pais e não as mães que estão a tratar dos filhos.
Ora, isto “nunca aconteceu na história do homem” e por isso Li afirma que vamos ter homens “mais românticos e sensíveis”. Isso deve merecer a atenção do retalho. No Japão, já existem armazéns só para homens. “Uma coisa nunca vista”, disse a oradora. A nível familiar, as crianças serão mais flexíveis pois já nasceram numa época “confusa e sem otimismo” e haverá uma nova relação entre avós e netos, moldada pelos gadgets e pela internet.
O nascimento de negócios à volta dos produtos orgânicos – supermercados, espaço para crianças, pequenos clubes – e de produtos para animais são outras das tendências a que o retalho deve estar atento.
No fim da sua apresentação, Li Edelkoort traçou as principais tendências para o verão de 2013. A espiritualidade, a luz, os produtos artesanais e locais, as “rainbow tribes” e a liberdade, serão os principais valores que marcarão a temporada. Em algumas destas áreas Portugal tem boas oportunidades para fazer negócios, concluiu a oradora.
Hermínio Santos
Fonte: Briefing