Foi no espaço do antigo Irish & Co., nas Docas de Santo Amaro, em Alcântara, que os sócios Manuel Bonneville, António Durão e os irmãos Zé Maria e Rodrigo Poppe abriram, em setembro de 2021, o CONTRA. Onde outrora foi um sports bar, que juntava a malta do râguebi, é agora um restaurante onde fomos recebidos, ao almoço, sem estereótipos e limitações. E é mesmo esse o objetivo.
“O CONTRA é contra ter um conceito, comprometemo-nos a fazer várias coisas e todas bem. Abrimos um bocadinho à nossa imagem, com pratos que gostamos de comer”, afirma um dos proprietários Manuel Bonneville, adiantando que o nome adveio dessa conceção e, também, do sentimento de revolta por quererem abrir e estar tudo fechado. Isto porque ganharam o espaço em concurso público, no final de 2020, em plena pandemia.
Ao contrário do que costuma ser feito, só quando conseguiram o lugar é que pensaram no que poderiam fazer ali. “Esteve para ser várias coisas, só sabíamos que não queríamos um mexicano porque eu o António já tivemos vários e temos um atualmente [o Las Ficheras, no Cais do Sodré]”, diz. O The Good Collective fez a consultoria de cozinha e desenhou um menu à medida dos sócios. Estes eram jogadores de râguebi e, portanto, clientes do Irish, pelo que, prometeram aos amigos manter a cerveja Guiness e passar os jogos da modalidade – o que nós avaliamos de juntar o útil ao agradável.
O restaurante aposta numa cozinha com influência sul-americana e, sem ideias pré-feitas, sugerimos que escolhessem por nós e nos surpreendessem. E aconteceu! As entradas, que podem e devem ser partilhadas, fizeram a nossa refeição: croquetes veggie – muito diferentes dos vegetarianos que encontramos por aí, pois parecem mesmo de carne – e do cachaço, tacos de camarão panado, tártaro “à tuga” e ceviche “quase clássico” – leva batata doce e acompanha com chips de também batata doce. Já de barriga cheia, só conseguimos arranjar espaço para provar um prato principal, a “Corvina Thai”, e duas sobremesas: a “3C’s”, uma construção com chocolate, caramelo e gelado de chocolate; e a “Burnt Lemon Pie”, uma tarte de lima, merengue e gelado de lima. Valeu a pena não termos ficado só pela partilha das entradas, mas a verdade é que se fica satisfeito.
Quanto às carnes, ficámos curiosos e serviu de desculpa para voltarmos. “Não somos uma steakhouse, mas, organicamente, ficámos muito conhecidos pelas nossas carnes. Desenhámos à medida uma grelha grande a carvão, com vários andares”, avisa Manuel, para quem o churrasco é “uma paixão”.
Também a carta de cocktails é uma aposta e há para todos os gostos, dos mais clássicos, como o Moscow Mule – aqui, feito com uma espuma caseira que leva alguns ingredientes secretos –, o Old fashion ou o Negroni, aos de assinatura, como o Barbie. Este foi o que experimentámos e tem gin Beefeater de framboesa, limão, xarope de baunilha e tomilho, framboesa, limão e clara de ovo.
Ao almoço não deu para dançar, mas deu para apanhar sol na esplanada à beira rio. O DJ à sexta-feira e ao sábado, até às quatro da manhã, com o bar cá fora a servir um mar de gente ficou para outras danças. Afinal, vamos voltar, porque #ProvamosEAprovamos.