As fronteiras das marcas passam a ser ilimitadas, nomeadamente no setor energético e automóvel, duas das indústrias onde o impacto da mobilidade tem maior peso, mas também onde se encontram as maiores oportunidades. Os serviços oferecidos por uma marca de energia hoje não serão os mesmos de amanhã. Os de uma marca automóvel também não.
As marcas automóveis debatem-se com a necessidade e pressão de transferirem toda a sua oferta para produtos elétricos, autónomos e partilháveis. E um veículo autónomo abre portas a muitos outros players, para além da indústria automóvel. Marcas de hardware e sensores concorrem já com as marcas automóveis, aumentando consideravelmente o espetro de concorrentes.
Eletrificação, digitalização e big data são as mega tendências que ditarão a sobrevivência e o sucesso das marcas no novo paradigma da mobilidade. Um paradigma que obriga à diversificação geral do mercado e a uma mudança para soluções integradas. Do ponto de vista de marketing, a digitalização abre portas a um mundo de informação integrada sobre o comportamento dos utilizadores de produtos e serviços, transformando também as empresas em empresas digitais. A facilitação da experiência continua a passar por valores como relevância e conveniência, mas requer agora uma maior integração de benefícios. E ferramentas como IoT, AI e Big Data oferecem às marcas novos recursos para compreender o comportamento do consumidor.
Naturalmente, isto requer das marcas um enorme exercício de antevisão e de planeamento em todas as áreas, porque a entrada em jogo e a capitalização do processo de transformação em curso passam pela definição de cenários futuros. Essa é uma tarefa que começa dentro de casa. Como? Reposicionando equipas, departamentos e processos num curto espaço de tempo, assim como criar um (novo) propósito comum que mobilize todos a aplicar o seu conhecimento na construção de novas soluções.
Sandra Pombo, Global Brand & Marketing Communications Director da Efacec