Este mesmo período é um exemplo hiperbolizado que salienta a especial relevância do e-commerce como pilar da economia mundial, assente, especialmente, em dois fatores:
1. Do lado da procura, a quarentena forçada associada à COVID-19 serviu também como um enorme catalisador, obrigando grande parte da população mundial a abraçar o uso de ferramentas digitais. É uma questão de sobrevivência. Se existe algo de positivo a reter desta pandemia será o de se terem dissipado muitos dos mitos associados à desconfiança e ao medo que alguns cidadãos tinham em relação ao e-commerce. O que, muito provavelmente, se irá identificar em próximos relatórios estatísticos, no biénio 2020/2021, será que o rácio que mede a % de cidadãos que fazem compras online (numerador) VS. % de cidadãos que têm acesso à Internet (denominador) terá um dos maiores crescimentos dos últimos anos. O que, na prática, significa que o SAM (Served Available Market) estará muito mais próximo do TAM (Total Available Market) do que alguma vez esteve. Significando uma enorme oportunidade de crescimento dos negócios online nos próximos anos
2. No que diz respeito à oferta (lojas online), este período é, não só a derradeira oportunidade de provar o diferencial de criação de valor que a digitalização do comércio trouxe à nossa economia, como esse mesmo valor terá de ser provado com recursos muito limitados. Os negócios associados a bens de primeira necessidade irão lidar, muito provavelmente, com o pico de procura mais longo de sempre, o que será um avultado desafio para as equipas de logística e de entrega, mas será também uma inigualável oportunidade para a otimização e melhoria de processos internos de recolha de produtos, embalamento, entrega e apoio ao cliente. Será como se estivessem a trabalhar em modo fast-forward, permitindo identificar (e atuar sobre) problemas e dores de crescimento que, certamente, só teriam dentro de alguns anos.
Diogo Cruz, formador FLAG, coordenador de Comunicação e de Marketing Digital no ActivoBank