Mergulhámos no Sea (Me). O resultado? #ProvamosEAprovamos

Ao Sea Me não se vai ao engano. O nome é explícito, a montra que dá para a Rua do Loreto, ao Chiado (Lisboa) e a montra interior confirmam: ali, cozinha-se e come-se peixe (e outros produtos do mar). Há dez anos que é assim e há um ano que a batuta é do chef Vasco Lello. Depois de um período de encerramento, voltou a abrir portas, com uma oferta ajustada, que (a)provamos.

 Vasco Lello admite que o regresso está a ser “um pouco turbulento”, mas por razões que a equipa não controla. E, assim sendo, depois de acauteladas as questões de segurança (de colaboradores e clientes), o tempo foi de reorganizar a oferta, suspendendo algumas opções que considerou não fazerem sentido agora. Afiança, porém, que o serviço é o mesmo: “Mantemos o nosso ADN, garantindo a frescura e o devido respeito no tratamento dos produtos do mar e a vontade de receber quem nos visita com um sorriso, mesmo que agora não seja muito visível”, comenta.

Entremos, então, na carta, vertida num toalhete com direito a QR Code, porque as novas regras ditam que as ementas não passem de mão em mão. Há “Pesca do Dia”, com peixe para grelhar, escolhido da montra com vista para a cozinha, mas também ostras do Sado ou da Ria Formosa. Entre o que está “Acabado de atracar”, pode-se escolher tártaros, ceviche, vieiras ou uma sopa de peixe (mas não só…).

“Vamos à Maré” é o convite para duas alternativas de seleção de marisco, enquanto com o “Homem ao Leme” se navega entre arroz de berbigão, bitoque de atum, bacalhau assado e polvo na chapa. E há pregos, os Pregos da Peixaria.

Porque esta é uma Peixaria Moderna, o Sushi Bar ocupa metade da carta. Com muito para provar, entre tatakis, sushi e sashimi e… especiais.

O peixe só não entra nas sobremesas, mas convém deixar algum espaço, por exemplo, para a mousse de chocolate negro com praliné e ginjinha ou, numa opção mais leve, para o tártaro de frutas com gelado de yuzu.

Do Sea Me, diz Vasco Lello que é “um restaurante sobejamente conhecido pela sua dinâmica muito própria e pela sua oferta gastronómica, direcionada para o peixe e produtos do mar, mas, ainda assim, bastante diversificada, podendo os convidados ter várias experiências à volta do tema”.

Foi depois de o visitar que se aperceber que decidir o que lá se come não era “um processo simples, o que levava a pedir o que já se conhecia”: “Este foi o mote para o primeiro passo, a simplificação do meu, restruturando a sua arquitetura e substituindo a oferta por novos pratos que transmitissem frescura, contemporaneidade e que respeitassem o espírito e a linguagem direta da casa. Obviamente, pondo nestas novas ofertas o meu cunho pessoal”.

Isto, afirma, “foi muito bem conseguido, com as novas entradas a terem muito boa aceitação”: “Conseguimos um menu de fácil leitura e perceção, bastante mais divertido, com novas opções e, ainda assim, manter os best-sellers”.

E o que faz um alentejano numa peixaria moderna? Vasco nasceu em Portalegre, com raízes maternas na aldeia de Esperança, para os lados de Arronches. Mas, apesar de ter costelas alentejanas, veio para Lisboa com poucos dias, pelo que se considera também um lisboeta. “Sempre procurei conhecer e perceber as especificidades da gastronomia portuguesa, os produtos, as técnicas e…os porquês. No meu percurso, fui tendo oportunidade de trabalhar com os produtos do mar, em quantidade, em variedade e em qualidade, mas nunca tinha estado num projeto exclusivamente de peixes e mariscos”. No entretanto, surgiu este convite: “Acolhi-o de braços abertos e tem sido tudo menos aborrecido. Consegui fazer novas experiências e intensificar este fascínio e perceber melhor os produtos do mar”.

fs@briefing.pt

 

Sexta-feira, 28 Agosto 2020 12:20


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