Pedro Miguel Costa: O sangue novo traz entusiasmo à Loja das Meias

Familiar e centenária, a Loja das Meias comemora este ano o 117.º aniversário, com a chegada ao Porto. Uma expansão motivada pela entrada na empresa da quinta geração da família, na pessoa de Pedro Maria Costa, filho do diretor-geral, Pedro Miguel Costa, que, a par das irmãs, Manuela Saldanha (diretora de marketing) e Marina Costa (com o pelouro do retalho), está à frente da marca de moda. Garante, a propósito: “O sangue novo nas empresas é fundamental, traz inovação e entusiasmo”.

Briefing | Depois de 117 anos de história na zona de Lisboa, onde têm três pontos de venda, a Loja das Meias chega ao Porto. O que justifica esta abertura?

Pedro Miguel Costa | O norte sempre foi um mercado importante em Portugal. Temos tido vários desafios e muitos clientes no norte. Além disso, a digitalização veio trazer novas oportunidades aos negócios e uma maior comunicação entre os vários pontos de venda e, portanto, é importante adicionar um novo mercado ao portefólio da Loja das Meias.

Quais os objetivos desta loja para este ano?

Sendo a Loja das Meias uma multimarca, o nosso objetivo é trazer e comunicar as marcas premium e exclusivas com que trabalhamos ao NorteShopping.

A expansão para outras zonas do País (e do Porto) está nos planos?

Para já, não está. Existe um projeto em execução, apesar das oportunidades que nos têm aparecido. Temos que estar atentos as oportunidades e ao mercado para os nossos produtos e tentar encontrar o modelo de negócio mais eficiente para cada caso.

A empresa está há cinco gerações na mesma família. O propósito é que continue a ter um cariz familiar?

A empresa é familiar há mais de 120 anos e tem passado de geração em geração. O propósito é que continue com cariz familiar.

Como equilibram o pendor familiar da empresa com a sua expansão?

A entrada da quinta geração na empresa renovou e motivou esta expansão. O sangue novo nas empresas é fundamental, traz inovação e entusiasmo.

Assim, a entrada do meu filho Pedro, com competências atuais, mas também com um perfil de comando de equipas, veio ajudar na decisão de expansão. Há, no entanto, sempre oportunidades para outros membros da família, não estando vedada a possibilidade de novos e jovens valores fora da família.

O posicionamento da empresa foi mudando desde a fundação, em 1905: da venda de meias e espartilhos às marcas de luxo. Qual o posicionamento na atualidade?

A Loja das Meias tem-se renovado e adaptado a evolução dos mercados ao longo destes 120 anos de história.

Atualmente, podemos afirmar que tem um posicionamento no mercado de luxo e premium. As lojas de rua, nomeadamente, na Avenida da Liberdade e em Cascais, estão mais vocacionadas para o mercado de luxo exclusivamente, em que trabalham marcas exclusivas como Celine, Dior, Givenchy, Loewe. Nas áreas de centros comercias, o posicionamento é menos premium, mas com marcas de super moda e muitas atuais e exclusivas. Procuramos oferecer ao nosso cliente o que de melhor se faz no mundo da moda. Podemos mesmo afirmar que a Loja das Meias é uma marca no mundo da moda.

Perspetivam a entrada em novos segmentos de negócio?

Estamos sempre atentos a novas oportunidades, pelo que, sim, estamos a analisar novos segmentos de negócios.

As mulheres continuam a ser as principais clientes? Qual o perfil de cliente?

Sem dúvida, o nosso público principal são as mulheres, muito embora o público masculino esteja em franco crescimento. São mulheres informadas, com idades compreendidas entre os 30 e 60 anos, que se interessam por moda e sabem que na Loja das Meias têm oferta e um atendimento personalizado.

De que modo faz o digital parte da estratégia?

A área digital é incontornável. O investimento nesta área tem sido um crescente. Além do negócio que faz e que tem vindo a aumentar nos últimos anos, traz também muitas pessoas às lojas através do que veem nas redes sociais e no site.

A loja online é responsável por que quota de negócio?

A loja online foi toda renovada no ano passado, em plena pandemia. A sua quota tem vindo a crescer e acreditamos que, em breve, chegará aos 30%.

Qual a abordagem da empresa às redes sociais?

Estamos presentes em várias redes sociais – Instagram, Facebook, Pinterest, Twitter, YouTube – mas a mais ativa é, sem dúvidas, o Instagram. Diariamente, apresentamos sugestões, tanto no feed como nas stories. Procuramos trabalhar com as influenciadoras que se identificam com a nossa imagem e trazer inovação com muita imagem e moda.

De que forma foi a empresa afetada pela pandemia? Este ano espera-se recuperação do mercado?

A pandemia, em 2020 e 2021, afetou muito a empresa. Com as lojas fechadas, tivemos quebras de vendas que chegaram aos 30%. Não fosse o canal digital teria sido muitíssimo pior.

Tem os tido um trabalho superintenso de gestão de riscos e adaptação aos factos, mas estamos satisfeitos com os resultados. Foi uma prova de resiliência e superação para toda a equipa.

Em abril de 2022 atingimos e ultrapassamos os valores de faturação de 2019, o que nos deixa muito satisfeitos.

 

sd@briefing.pt

 

Quarta-feira, 02 Novembro 2022 12:26


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