“Percorrer a cronologia da Siemens é, de certa forma, conhecer a evolução do País”

São 120 anos de Siemens em Portugal, uma empresa tecnológica que, segundo o diretor de Comunicação, Hugo Modesto, tem contribuído “ativamente” para a descarbonização e transformação digital dos seus clientes e do País. A campanha de celebração, com criatividade da White Way, assume como protagonistas os próprios colaboradores, que partilham a sua visão sobre como será Portugal daqui a 30 anos. Um futuro  que contará com tecnologia, pessoas, diversidade e equidade… para inovar.

“Percorrer a cronologia da Siemens é, de certa forma, conhecer a evolução do País”

Briefing | O que significa para a Siemens celebrar 120 anos em Portugal?

Hugo Modesto | É um marco muito importante. A Siemens é uma empresa sólida, que, desde 1905, tem investido constantemente em Portugal. Ao longo destes anos, tem acompanhado o desenvolvimento do País e contribuído para o sucesso de projetos estratégicos em todas as suas áreas de atividade – indústria, infraestruturas, energia, mobilidade e saúde. E eu tive o privilégio de acompanhar os últimos 20 anos da empresa. 

Percorrer a cronologia da Siemens em Portugal é, de certa forma, conhecer a evolução do próprio País, tendo a empresa participado no processo de eletrificação nacional, no desenvolvimento do setor dos Transportes e em grandes eventos nacionais, como, por exemplo, a Expo’98 – como patrocinadora e fornecedora de tecnologia e serviços – ou o Euro 2004 – através do fornecimento de soluções integradas para nove dos dez estádios de futebol. 

A relação que temos com Portugal é sólida e duradoura, e, claro, motivo de grande orgulho. Mas, mais do que recordar e honrar o nosso legado, estamos já a olhar para os próximos 120 anos, e a desafiar o País a pensar sobre o futuro, com o objetivo claro de sermos o parceiro de eleição dos nossos clientes nas suas jornadas de descarbonização e de digitalização.

Como é que a empresa tem evoluído ao longo destas décadas?

A nível mundial, a Siemens teve uma evolução incrível ao longo dos anos. Começou em 1847 como uma startup, numa pequena oficina em Berlim [Alemanha], e hoje é uma multinacional presente em mais de 190 países. A empresa está há mais de 175 anos a tornar grandes invenções em tecnologias inovadoras para dar resposta aos maiores desafios que a sociedade tem enfrentado, transformando o dia a dia de milhões de pessoas por todo o mundo. As áreas de intervenção da empresa foram variando ao longo dos anos, mas é inegável o papel de extrema relevância que a Siemens e as suas pessoas tiveram em áreas como as tecnologias de informação e comunicação, a geração e a distribuição de energia, os transportes, as tecnologias de automação e acionamentos, os bens de consumo, a iluminação e a tecnologia médica. 

Atualmente, a Siemens é uma empresa tecnológica, cujas soluções e competências contribuem para que as fábricas sejam mais ágeis e produtivas, para que os edifícios sejam mais inteligentes e seguros, para que o sistema energético seja mais estável e resiliente, para que a mobilidade seja mais sustentável e para que se prestem cuidados de saúde com ainda maior qualidade.

Em Portugal, a primeira referência da empresa remonta a 1876, ano em que foi fornecido um forno contínuo com regeneração de calor para a indústria vidreira na Marinha Grande. Contudo, só em 1905 é que a Companhia Portuguesa de Eletricidade Siemens Schuckertwerke, Lda., precursora da atual Siemens, S.A., iniciou as suas atividades em Lisboa, tendo também uma delegação no Porto. Atualmente, as nossas equipas trabalham diariamente com o intuito de contribuir ativamente para os planos de descarbonização e transformação digital dos nossos clientes e do País, criando impacto na sociedade através das suas competências e das tecnologias que desenvolvem e implementam.

Sendo a inovação e a sustentabilidade dois pilares estratégicos da Siemens, como é que a empresa está a contribuir para um Portugal mais tecnológico e sustentável?

A Siemens desenvolve soluções tecnológicas que permitem tornar as empresas e as economias mais produtivas, eficientes, flexíveis, sustentáveis e resilientes. Temos feito isto em diferentes áreas, que são vitais para a economia. 

No mercado farmacêutico, por exemplo, estamos a apoiar uma empresa do setor no seu processo de transformação digital, implementando soluções que permitem prever a qualidade de um produto durante o processo de fabrico. 

No setor das águas, estamos a implementar um centro de controlo de água, energia e emissões, e soluções avançadas de telemetria para a EPAL [Empresa Portuguesa das Águas Livres], que contribuirão para os objetivos de neutralidade carbónica desta empresa e para a redução das perdas na rede de transporte de água.

Estamos também a apoiar a Cabelte, que atua na área dos cabos elétricos, no processo de descarbonização da sua atividade, através da aplicação de soluções que permitem poupanças em termos de energia e manutenção. 

Destacaria ainda o sistema de armazenamento de energia e gestão de microrredes, implementado para a Empresa de Electricidade dos Açores, na Terceira, com o objetivo de aumentar a incorporação de renováveis para valores acima de 60 %, reduzindo drasticamente o consumo de combustíveis fósseis a as respetivas emissões de gases de efeito de estufa. E os 200 carregadores para veículos elétricos e o sistema de gestão inteligente da infraestrutura de carregamento que instalámos no edifício Infinity, um empreendimento da Vanguard Properties, em Lisboa. Este sistema, desenvolvido em Portugal pelas equipas de engenharia e de software da Siemens, permite monitorizar e gerir os consumos de energia e otimizar a performance energética do edifício.

Finalmente, mencionaria o ecossistema para a mobilidade elétrica que temos a operar em Portugal, que junta: capacidade produtiva, assegurada pela Fábrica de Corroios; investigação e desenvolvimento; e um centro de competências de vendas, engenharia, gestão de projeto e service. As equipas que fazem parte deste ecossistema estão a contribuir para fazer avançar a mobilidade sustentável e descarbonizada um pouco por todo o mundo. E, claro, o nosso campus de Alfragide que, no ano em que comemoramos 12 décadas em Portugal, passou a ser neutro em carbono e é um laboratório vivo, no qual os clientes e parceiros da empresa podem experienciar soluções da Siemens.

Qual é o racional da campanha de comemoração? E o que levou à escolha dos próprios colaboradores como protagonistas?

O lema da campanha é “120 anos a transformar o futuro com Portugal”. Este mote representa a forma de atuar da Siemens no mercado, que consiste em preparar o futuro da sociedade de amanhã em ecossistema – com parceiros da indústria, sociedade civil, meio académico e Governo. Acreditamos que só assim é possível evoluir e dar resposta àqueles que são os principais desafios da atualidade, como as alterações climáticas e demográficas, a transformação digital ou a escassez de recursos humanos. É por isso natural que, no ano em que celebramos 12 décadas no País, queiramos expandir o debate sobre o futuro de Portugal a toda a sociedade – dos colaboradores aos clientes e parceiros, das associações empresariais ao Governo, entre outros.

Numa primeira fase, a campanha foi potenciada pela voz de alguns dos nossos colaboradores, que transmitiram a sua visão de futuro e desafiaram Portugal a pensar e a partilhar como vê o futuro. Neste momento, já temos mais de 4.200 colaboradores e são eles os nossos principais embaixadores junto dos clientes, parceiros e da sociedade. Sendo as pessoas um dos principais focos da nossa atuação – a par da tecnologia e da sustentabilidade –, considerámos muito pertinente incluir as nossas pessoas nesta iniciativa, conferindo maior autenticidade e emoção à campanha, e dando-lhes o devido reconhecimento, pois são elas a verdadeira razão do nosso sucesso. 

Carolina Neves

*Esta entrevista pode ser lida na íntegra na edição impressa de março de 2025

Terça-feira, 08 Abril 2025 11:50


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