A opinião de… Nola Pocock sobre as Relações Públicas

“Do tradicional para o digital” é o fio condutor da análise da VP Global Communications da Colt Technology Services.

A opinião de… Nola Pocock sobre as Relações Públicas

À semelhança do que aconteceu noutros setores de atividade, também as Relações Públicas (RP) foram impactadas pela transformação digital impulsionada pela crise provocada pela Covid-19 e que nos obrigou a repensar modelos e estratégias, forçando-nos a adaptarmo-nos a novas táticas de forma célere.
Todos os sectores de atividade são agora confrontados com a necessidade de divulgarem os seus anúncios e de se envolverem com os jornalistas os bloggers e os influencers através do digital, para os sensibilizarem e gerarem cobertura mediática sobre os seus serviços e produtos. Neste novo contexto, as empresas precisam de desenvolver thought leadership.
As RP de hoje são diferentes das do passado. Num mundo cada vez mais digital, a análise e o planeamento continuam a ser fundamentais. Se não planearmos antes de agirmos, o risco de transmitir mensagens indefinidas, que podem comprometer a reputação e o valor das marcas, aumenta de forma exponencial. Mais do que nunca, é preciso assegurar que as mensagens são consistentes e planeadas e que a relação das empresas com a imprensa está no topo da sua lista de prioridades.
Graças às novas ferramentas tecnológicas, fáceis de usar, a eficácia das RP pode ser medida e a sua utilidade tornou-se óbvia. O desafio para as RP é agora apoiar as marcas na utilização dos espaços públicos de comunicação de forma inteligente e estratégica, de modo a criar maior poder de influência. Acredito firmemente que uma estratégia de RP deve orientar a direção das ações e táticas que ajudarão os produtos e os serviços das empresas a destacarem-se no mercado e a ganharem relevância.
Na última década, o setor dos media também viveu uma grande mudança com o declínio das edições em papel e a emergência das edições digitais. Os jornalistas tornaram-se especialistas em atrair e orientar leitores, e os profissionais de RP tiveram de adaptar as suas estratégias e de evoluir para se manterem relevantes. É expectável que, no futuro, possam surgir novos tipos de Relações Públicas.
O recurso à Inteligência Artificial (IA) está a generalizar-se e o seu impacto no setor das RP tornou-se evidente. A monitorização alimentada por IA está a melhorar a precisão dos planos de comunicação, assegurando que as mensagens certas são partilhadas no momento mais adequado com os meios de comunicação, aumentando a cobertura mediática.
Atualmente, diferenciar uma organização e criar thought leadership é mais complicado. Identificar o público certo e partilhar conteúdos requer mais trabalho. Neste sentido, os profissionais de RP precisam agora de abraçar a evolução da monitorização dos meios de comunicação social, passando das palavras-chave e das menções às marcas para a identificação das tendências nos artigos que são escritos. Só assim poderemos criar campanhas de RP mais inteligentes e capazes de gerarem mais resultados positivos.


Nola Pocock, VP Global Communications da Colt Technology Services

Sexta-feira, 03 Março 2023 11:55


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